segunda-feira, 17 de abril de 2023

Jo 3,1-8 - O encontro com Nicodemos


LEITURA ORANTE

Preparamo-nos para  a Leitura, orando:

Espírito de verdade,
a ti consagro a mente e meus pensamentos: ilumina-me.
Que eu conheça Jesus Mestre
e compreenda o seu Evangelho.
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Lemos atentamente o texto: Jo 3,1-8, e observamos pessoas, palavras, relações, lugares.

Havia um fariseu chamado Nicodemos, que era líder dos judeus. Uma noite ele foi visitar Jesus e disse:
- Rabi, nós sabemos que o senhor é um mestre que Deus enviou, pois ninguém pode fazer esses milagres se Deus não estiver com ele.
Jesus respondeu:
- Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo.
Nicodemos perguntou:
- Como é que um homem velho pode nascer de novo? Será que ele pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra vez?
Jesus disse:
- Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito. Quem nasce de pais humanos é um ser de natureza humana; quem nasce do Espírito é um ser de natureza espiritual. Por isso não fique admirado porque eu disse que todos vocês precisam nascer de novo. O vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito.

Refletindo
O fariseu, líder dos judeus, Nicodemos, procura Jesus à noite. Este homem reconhece que Jesus é um mestre enviado por Deus. Jesus lhe diz que é preciso “nascer de novo”. Não queria, na verdade, dizer nascer no sentido que entendemos. Queria dizer, “converter-se”, deixar para trás os velhos esquemas mentais e acolher o “novo”, a novidade de vida proposta por Jesus.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para nós, hoje? Hoje, há pessoas que preferem os velhos esquemas e não aceitam uma mudança , não se colocam com sinceridade diante de Deus, nem querem seguir Jesus, deixando-se guiar por ele. É preciso deixar que o Espírito Santo aja com toda a liberdade em todos os âmbitos de nossa vida. Isto é “nascer de novo”. Dizia São João Paulo II: Não tenham medo de Jesus. Não tenham medo da vida nova que ele nos oferece. Ele mesmo dá a nós a possibilidade de acolhê-la e colocá-la em prática”.

3.Oração (Vida)
O que o texto nos leva a dizer a Deus?
Rezamos, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluímos:

Meu Mestre, Jesus,
deixo que a dinâmica da Ressurreição tome conta de mim.
Vivo o momento presente, enchendo-o com amor.
“A linha reta é feita de milhões de pequenos pontos unidos uns aos outros.
Também a minha vida é feita de milhões de segundos e minutos unidos uns aos outros.
Coloco em ordem cada ponto e a linha será reta.
Vivo com perfeição cada minuto e a vida será santa.
Como tu Jesus, que fizeste sempre o que agrada a teu Pai.
A minha vida é sempre uma eterna e nova aliança contigo 
(Cardeal Van Thuan)

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?
Nosso novo olhar é aberto hoje para descobrir e viver a novidade da Ressurreição de Jesus. O Espírito nos indicará os novos caminhos.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.


Ir. Patrícia Silva, fsp

sábado, 8 de abril de 2023

Mt 28,1-10 - Jesus ressuscitou, como disse! Está vivo! - Vigília Pascal

Preparamo-nos para a Leitura Orante, rezando, com o mundo inteiro
que é iluminado pela luz da Ressurreição do Senhor:

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.

Em comunhão com as comunidades cristãs e com todo o universo, celebramos a Páscoa de Jesus, sua passagem da morte para a vida.
1. Leitura (Verdade)
- O que a Palavra diz?
Lemos atentamente,  o texto do Evangelho do dia: Mt 28,1-10.


1Depois do sábado, ao amanhecer do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2De repente, houve um grande tremor de terra: o anjo do Senhor desceu do céu e, aproximando-se, retirou a pedra e sentou-se nela. 3Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes eram brancas como a neve. 4Os guardas ficaram com tanto medo do anjo, que tremeram e ficaram como mortos. 5Então o anjo disse às mulheres: “Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. 6Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava. 7Ide depressa contar aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos e que vai à vossa frente para a Galileia. Lá vós o vereis. É o que tenho a dizer-vos”. 8As mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria para dar a notícia aos discípulos. 9De repente, Jesus foi ao encontro delas e disse: “Alegrai-vos!” As mulheres aproximaram-se e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés. 10Então Jesus disse a elas: “Não tenhais medo. Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão”.

Refletindo

Neste texto aparecem duas testemunhas da Páscoa - duas mulheres - e um sinal. O sinal é: “o anjo do Senhor desceu do céu e, aproximando-se, removeu a pedra e sentou-se nela. Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes, brancas como a neve” e afirma claramente: Vós não precisais ter medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito!... Ide depressa contar aos discípulos: 'Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galileia. Lá o vereis'. É o que tenho a vos dizer . Era preciso reavivar a memória das mulheres e também a nossa! A reação das mulheres é de grande alegria, tornando-se as primeiras anunciadoras da Ressurreição. Mais surpresas ficaram quando se encontram com Jesus que as confirma na fé: "Não tenhais medo; ide anunciar a meus irmãos que vão para a Galileia. Lá me verão".

2. Meditação (Caminho)
- O que a Palavra diz para nós?
Perguntamo-nos: o que procuramos? O túmulo vazio, escuro? Ou pelo impulso do amor buscamos descobrir a vida nova, Jesus Cristo vivo na minha comunidade, na minha família?

Meditação
Lemos em voz alta para mim e para mais alguém que estiver comigo, o que disseram os bispos em Aparecida: “Jesus Cristo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus, com palavras e ações e com sua morte e ressurreição inaugura no meio de nós o Reino de vida do Pai, que alcançará sua plenitude num lugar onde não haverá mais “morte, nem luto, nem pranto, nem dor, porque tudo o que é antigo desaparecerá” (Ap 21,4). Durante sua vida e com sua morte na cruz, Jesus permanece fiel a seu Pai e a sua vontade (cf. Lc 22,42). Durante seu ministério, os discípulos não foram capazes de compreender que o sentido de sua vida selava o sentido de sua morte. Muito menos podiam compreender que, segundo o desígnio do Pai, a morte do Filho era fonte de vida fecunda para todos (cf. Jo 12,23-24). O mistério pascal de Jesus é o ato de obediência e amor ao Pai e de entrega por todos seus irmãos. Com esse ato, o Messias doa plenamente aquela vida que oferecia nos caminhos e aldeias da Palestina. Por seu sacrifício voluntário, o Cordeiro de Deus oferece sua vida nas mãos do Pai (cf. Lc 23,46), que o faz salvação “para nós” (1Cor 1,30). Pelo mistério pascal, o Pai sela a nova aliança e gera um novo povo que tem por fundamento seu amor gratuito de Pai que salva. (DAp 143).

3. Oração (Vida)
- O que a Palavra nos leva a dizer a Deus? Rezamos com Maria, a Mãe de Jesus, as alegrias da Ressurreição de seu Filho Jesus.

- Rainha do céu, alegrai-vos, aleluia!
- Porque quem merecestes trazer em vosso puríssimo seio, aleluia!
- Ressuscitou como disse, aleluia!
- Rogai a Deus por nós, aleluia!
- Exultai e alegrai-vos, ó Virgem Maria, aleluia!
- Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, aleluia!


Ave, Maria...
- Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
- Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos
Ó Deus, que alegrastes o mundo com a ressurreição de vosso Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso, concedei-nos, vo-lo suplicamos, que por sua Mãe, a Virgem Maria, alcancemos as alegrias da vida eterna. Pelo mesmo Cristo, nosso Senhor. Amém.

4. Contemplação(Vida/ Missão)
- Qual o nosso novo olhar a partir da Palavra?
Vamos cultivar um olhar que descobre na comunidade a Vida, os sinais de Vida e a presença do Cristo Ressuscitado!
Que nesta Páscoa, a nossa luz, com a luz de todos os irmãos, forme uma só chama com o Cristo ressuscitado!





Bênção
Jesus Divino Mestre seja para ti:
a Verdade que ilumina, 
o caminho da santidade, 
a vida plena e eterna.
Que ele te guarde e te defenda.
Plenifique de todos os bens
 a ti e a todos que amar.
Em nome do Pai,do Filho e do Espírito Santo. Amém.
(T. Alberione)




domingo, 2 de abril de 2023

Mt 21,1-11 - Domingo de Ramos da Paixão do Senhor

Preparamo-nos para a Leitura Orante, rezando com todos
os que navegam pela rede da internet:
Creio, meu Deus, que estou diante de Ti.
Que me vês e escutas as minhas orações.
Tu és tão grande e tão santo: eu te adoro.
Tu me deste tudo: eu te agradeço.
Foste tão ofendido por mim:
eu te peço perdão de todo o coração.
Tu és tão misericordioso: eu te peço todas as graças
que sabes serem necessárias para mim.
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tende piedade de nós.
1. Leitura (Verdade)
- O que a Palavra diz?
Leio com atenção, na Bíblia, o texto de hoje, Domingo de Ramos: Mt 21,1-11.
Naquele tempo, Jesus e seus discípulos aproximaram-se de Jerusalém e chegaram a Betfagé, no monte das Oliveiras. Então Jesus enviou dois discípulos, dizendo-lhes: "Ide até o povoado que está ali na frente, e logo encontrareis uma jumenta amarrada, e com ela um jumentinho. Desamarrai-a e trazei-os a mim! Se alguém vos disser alguma coisa, direis: 'O Senhor precisa deles', mas logo os devolverá'''.
Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo profeta: Dizei à filha de Sião: Eis que o teu rei vem a ti, manso e montado num jumento, num jumentinho, num potro de jumenta":
Então os discípulos foram e fizeram como Jesus lhes havia mandado. Trouxeram a jumenta e o jumentinho e puseram sobre eles suas vestes, e Jesus montou. A numerosa multidão estendeu suas vestes pelo caminho, enquanto outros cortavam ramos das árvores, e os espalhavam pelo caminho. As multidões que iam na frente de Jesus e os que o seguiam, gritavam:
"Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!"
Quando Jesus entrou em Jerusalém a cidade inteira se agitou, e diziam: "Quem é este homem?"  As multidões respondiam: "Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia".

Refletindo
Este episódio é iluminado por três momentos:
1o. Chegada de Jesus, o Salvador. Em Isaias se lê: "Vê o teu Salvador que vem chegando" (Is 62,11b).
2o. A entrada humilde do Messias. "Alegra-te, cidade de Sião; aclama, Jerusalém;olha teu rei que vem chegando: justo, vitorioso, humilde, cavalgando um jumento, cria de jumenta" (Zc 9,9).
3o. Hosana de súplica e aclamação. "Bendito em nome do Senhor aquele que vem! Nós vos abençoamos desde a casa do Senhor. O Senhor é Deus, ele nos ilumina. Ordenai um procissão com ramos." (Sl 118,26-29).
Jesus é recebido como rei messiânico. Ele aceita. Mas, não monta um espetáculo. O jumentinho era símbolo pacífico e manso.
Os gritos de "Hosana",  que eram gritos de socorro, tornam-se então, aclamação. A narrativa diz que, ao entrar Jesus em Jerusalém, a cidade inteira se agitou. e muitos interrogavam: "quem é este homem?" As multidões não tinham dúvida e afirmavam: "é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia".
Não era mais, portanto, uma questão de saber quem era Jesus. Era apenas uma questão de crer e acolher.
2. Meditação(Caminho)
- O que a Palavra diz para mim?
A multidão acolheu Jesus,  estendeu suas vestes pelo caminho, enquanto outros cortavam ramos das árvores, e os espalhavam pelo caminho, cantou-lhe hosanas. Em seguida, esta mesma multidão vai gritar: "Crucifica-o!" Como entender isso? O que faltou? O que aconteceu? Uma multidão manipulada  perde rapidamente suas convicções, muda de lado, muda seus critérios de valor, suas convições, sua fé.
Diz o Papa Francisco:
" No Crucificado, vemos Deus humilhado, o Onipotente reduzido a um descartado. E, com a graça do assombro, compreendemos que, acolhendo quem é descartado, aproximando-nos de quem é humilhado pela vida, amamos Jesus, porque Ele está nos últimos, nos rejeitados, naqueles que a nossa cultura farisaica condena". (Papa Francisco, 28/04/2021).
3. Oração (Vida)
 - O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Rezo com toda Igreja:
"Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!"

4. Contemplação(Vida/ Missão)
- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
Quero viver com coerência a minha fé.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva,fsp

Mt 26,14-27,66 - Jesus dá sua vida por nós! - Domingo de Ramos da Paixão do Senhor




Preparamo-nos para orar a Palavra, invocando o Espírito Santo:

Espírito de verdade, 
a ti consagro a mente e meus pensamentos: ilumina-me.
Que  eu conheça Jesus Mestre
e compreenda o seu Evangelho. 
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.

1. Leitura (Verdade) 
O que diz o texto do dia?
Lemos atentamente o texto: Mt 26,14-27,66 e observamos pessoas, palavras, relacionamentos, lugares.

Mt 26,14-27,66  - Compartilhar o destino de Jesus

14 Então um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi aos chefes dos sacerdotes, 15 e disse: «O que é que vocês me darão para eu entregar Jesus a vocês?» Combinaram, então, trinta moedas de prata. 16 E a partir desse momento, Judas procurava uma boa oportunidade para entregar Jesus.
17 No primeiro dia dos ázimos, os discípulos se aproximaram de Jesus, e perguntaram: «Onde queres que façamos os preparativos para comermos a Páscoa?» 18 Jesus respondeu: «Vão à cidade, procurem certo homem, e lhe digam: ‘O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo, eu vou celebrar a Páscoa em sua casa, junto com os meus discípulos.’ « 19 Os discípulos fizeram como Jesus mandou, e prepararam a Páscoa. 20 Ao cair da tarde, Jesus se pôs à mesa, com os doze discípulos. 21 Enquanto comiam, Jesus disse: «Eu lhes garanto: um de vocês vai me trair.» 22 Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a lhe perguntar: «Senhor, será que sou eu?» 23 Jesus respondeu: «Quem vai me trair, é aquele que comigo põe a mão no prato. 24 O Filho do Homem vai morrer, conforme a Escritura fala a respeito dele. Porém, ai daquele que trair o Filho do Homem. Seria melhor que nunca tivesse nascido!» 25 Então Judas, o traidor, perguntou: «Mestre, será que sou eu?» Jesus lhe respondeu: «É como você acaba de dizer.»
 26 Enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo pronunciado a bênção, o partiu, distribuiu aos discípulos, e disse: «Tomem e comam, isto é o meu corpo.» 27 Em seguida, tomou um cálice, agradeceu, e deu a eles dizendo: «Bebam dele todos, 28 pois isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados. 29 Eu lhes digo: de hoje em diante não beberei desse fruto da videira, até o dia em que, com vocês, beberei o vinho novo no reino do meu Pai.»
 30 Depois de terem cantado salmos, foram para o monte das Oliveiras. 31 Então Jesus disse aos discípulos: «Esta noite vocês todos vão ficar desorientados por minha causa, porque a Escritura diz: ‘Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão’. 32 Mas depois de ressuscitar, eu irei à frente de vocês para a Galiléia.» 33 Pedro disse a Jesus: «Ainda que todos fiquem desorientados por tua causa, eu jamais ficarei.» 34 Jesus declarou: «Eu garanto a você: esta noite, antes que o galo cante, você me negará três vezes.» 35 Pedro respondeu: «Ainda que eu tenha de morrer contigo, mesmo assim não te negarei.» E todos os discípulos disseram a mesma coisa.
 36 Então Jesus foi com eles a um lugar chamado Getsêmani. E disse aos discípulos: «Sentem-se aqui, enquanto eu vou até ali para rezar.» 37 Jesus levou consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, e começou a ficar triste e angustiado. 38 Então disse a eles: «Minha alma está numa tristeza de morte. Fiquem aqui e vigiem comigo.» 39 Jesus foi um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto por terra, e rezou: «Meu Pai, se é possível, afaste-se de mim este cálice. Contudo, não seja feito como eu quero, e sim como tu queres.» 40 Voltando para junto dos discípulos, Jesus encontrou-os dormindo. Disse a Pedro: «Como assim? Vocês não puderam vigiar nem sequer uma hora comigo? 41 Vigiem e rezem, para não caírem na tentação, porque o espírito está pronto, mas a carne é fraca.»
42 Jesus afastou-se pela segunda vez, e rezou: «Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, seja feita a tua vontade!» 43 Ele voltou de novo, e encontrou os discípulos dormindo, porque seus olhos estavam pesados de sono. 44 Deixando-os, Jesus afastou-se, e rezou pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras. 45 Então voltou para junto dos discípulos, e disse: «Agora vocês podem dormir e descansar. Olhem, a hora está chegando. Vejam: o Filho do Homem vai ser entregue ao poder dos pecadores. 46 Levantem-se! Vamos! Aquele que vai me trair já está chegando.»
 47 Jesus ainda falava, quando chegou Judas, um dos Doze, com uma grande multidão armada de espadas e paus. Iam da parte dos chefes dos sacerdotes e dos anciãos do povo. 48 O traidor tinha combinado com eles um sinal, dizendo: «Jesus é aquele que eu beijar; prendam.» 49 Judas logo se aproximou de Jesus, e disse: «Salve, Mestre.» E o beijou. 50 Jesus lhe disse: «Amigo, faça logo o que tem a fazer.» Então os outros avançaram, lançaram as mãos sobre Jesus, e o prenderam. 51 Nesse momento, um dos que estavam com Jesus estendeu a mão, puxou da espada, e feriu o empregado do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha. 52 Jesus, porém, lhe disse: «Guarde a espada na bainha. Pois todos os que usam a espada, pela espada morrerão. 53 Ou você pensa que eu não poderia pedir socorro ao meu Pai? Ele me mandaria logo mais de doze legiões de anjos. 54 E, então, como se cumpririam as Escrituras, que dizem que isso deve acontecer?»
55 E nessa hora, Jesus disse às multidões: «Vocês saíram com espadas e paus para me prender, como se eu fosse um bandido. Todos os dias, no Templo, eu me sentava para ensinar, e vocês não me prenderam.» 56 Porém, tudo isso aconteceu para se cumprir o que os profetas escreveram. Então todos os discípulos, abandonando a Jesus, fugiram.
 57 Aqueles que prenderam Jesus o levaram à casa do sumo sacerdote Caifás, onde os doutores da Lei e os anciãos estavam reunidos. 58 Pedro seguiu Jesus de longe, até o pátio da casa do sumo sacerdote. Entrou, e sentou-se com os guardas, para ver como terminaria tudo isso.
59 Ora, os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum falso testemunho contra Jesus, a fim de o condenarem à morte. 60 E nada encontraram, embora se apresentassem muitas falsas testemunhas. Por fim, se apresentaram duas testemunhas, 61 e afirmaram: «Esse homem declarou: ‘Posso destruir o Templo de Deus, e construí-lo de novo em três dias.’ « 62 Então o sumo sacerdote levantou-se, e perguntou a Jesus: «Nada tens a responder ao que esses testemunham contra ti?» 63 Mas Jesus continuou calado. E o sumo sacerdote disse: «Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Messias, o Filho de Deus.» 64 Jesus respondeu: «É como você acabou de dizer. Além disso, eu lhes digo: de agora em diante, vocês verão o Filho do Homem sentado à direita do Todo-poderoso, e vindo sobre as nuvens do céu.» 65 Então o sumo sacerdote rasgou as próprias vestes, e disse: «Blasfemou! Que necessidade temos ainda de testemunhas? Pois agora mesmo vocês ouviram a blasfêmia. 66 O que vocês acham?» Responderam: «É réu de morte!» 67 Então cuspiram no rosto de Jesus, e o esbofetearam. Outros lhe deram bordoadas, 68 dizendo: «Faze-nos uma profecia, Messias: quem foi que te bateu?»
 69 Pedro estava sentado fora, no pátio. Uma criada chegou perto dele, e disse: «Você também estava com Jesus, o galileu!» 70 Mas Pedro negou diante de todos: «Não sei o que você está dizendo.» 71 E saiu para a entrada do pátio. Então outra criada viu Pedro, e disse aos que aí estavam: «Esse também estava com Jesus, o Nazareno.» 72 Pedro negou outra vez, jurando: «Nem conheço esse homem!» 73 Pouco depois, os que aí estavam aproximaram-se de Pedro, e disseram: «É claro que você também é um deles, pois o seu modo de falar o denuncia.» 74 Então Pedro começou a maldizer e a jurar, dizendo: «Nem conheço esse homem!» Nesse instante, o galo cantou. 75 Pedro se lembrou então do que Jesus tinha dito: «Antes que o galo cante, você me negará três vezes.» E, saindo, chorou amargamente.
27
1 De manhã cedo, todos os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo convocaram um conselho contra Jesus, para o condenarem à morte. 2 Eles o amarraram e o levaram, e o entregaram a Pilatos, o governador. 3 Então Judas, o traidor, ao ver que Jesus fora condenado, sentiu remorso, e foi devolver as trinta moedas de prata aos chefes dos sacerdotes e anciãos, 4 dizendo: «Pequei, entregando à morte sangue inocente.» Eles responderam: «E o que temos nós com isso? O problema é seu.» 5 Judas jogou as moedas no santuário, saiu, e foi enforcar-se. 6 Recolhendo as moedas, os chefes dos sacerdotes disseram: «É contra a Lei colocá-las no tesouro do Templo, porque é preço de sangue.» 7 Então discutiram em conselho, e as deram em troca pelo Campo do Oleiro, para aí fazer o cemitério dos estrangeiros. 8 É por isso que esse campo até hoje é chamado de «Campo de Sangue.» 9 Assim se cumpriu o que tinha dito o profeta Jeremias: «Eles pegaram as trinta moedas de prata - preço com que os israelitas o avaliaram - 10 e as deram em troca pelo Campo do Oleiro, conforme o Senhor me ordenou.»
 11 Jesus foi posto diante do governador, e este o interrogou: «Tu és o rei dos judeus?» Jesus declarou: «É você que está dizendo isso.» 12 E nada respondeu quando foi acusado pelos chefes dos sacerdotes e anciãos. 13 Então Pilatos perguntou: «Não estás ouvindo de quanta coisa eles te acusam?» 14 Mas Jesus não respondeu uma só palavra, e o governador ficou vivamente impressionado.
15 Na festa da Páscoa, o governador costumava soltar o prisioneiro que a multidão quisesse. 16 Nessa ocasião tinham um prisioneiro famoso, chamado Barrabás. 17 Então Pilatos perguntou à multidão reunida: «Quem vocês querem que eu solte: Barrabás, ou Jesus, que chamam de Messias?» 18 De fato, Pilatos bem sabia que eles haviam entregado Jesus por inveja. 19 Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal, sua mulher mandou dizer a ele: «Não se envolva com esse justo, porque esta noite, em sonhos, sofri muito por causa dele.» 20 Porém os chefes dos sacerdotes e os anciãos convenceram as multidões para que pedissem Barrabás, e que fizessem Jesus morrer. 21 O governador tornou a perguntar: «Qual dos dois vocês querem que eu solte?» Eles gritaram: «Barrabás.» 22 Pilatos perguntou: «E o que vou fazer com Jesus, que chamam de Messias?» Todos gritaram: «Seja crucificado!» 23 Pilatos falou: «Mas que mal fez ele?» Eles, porém, gritaram com mais força: «Seja crucificado!» 24 Pilatos viu que nada conseguia, e que poderia haver uma revolta. Então mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão, e disse: «Eu não sou responsável pelo sangue desse homem. É um problema de vocês.» 25 O povo todo respondeu: «Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos.» 26 Então Pilatos soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus, e o entregou para ser crucificado.
 27 Em seguida, os soldados de Pilatos levaram Jesus ao palácio do governador, e reuniram toda a tropa em volta de Jesus. 28 Tiraram a roupa dele, e o vestiram com um manto vermelho; 29 depois teceram uma coroa de espinhos, puseram a coroa em sua cabeça, e uma vara em sua mão direita. Então se ajoelharam diante de Jesus e zombaram dele, dizendo: «Salve, rei dos judeus!» 30 Cuspiram nele e, pegando a vara, bateram na sua cabeça. 31 Depois de zombarem de Jesus, tiraram-lhe o manto vermelho, e o vestiram de novo com as próprias roupas dele; daí o levaram para crucificar.
 32 Quando saíram, encontraram um homem chamado Simão, da cidade de Cirene, e o obrigaram a carregar a cruz de Jesus. 33 E chegaram a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer «lugar da Caveira.» 34 Aí deram vinho misturado com fel para Jesus beber. Ele provou, mas não quis beber. 35 Depois de o crucificarem, fizeram um sorteio, repartindo entre si as roupas dele. 36 E ficaram aí sentados, montando guarda. 37 Acima da cabeça de Jesus puseram o motivo da sua condenação: «Este é Jesus, o Rei dos Judeus.» 38 Com Jesus, crucificaram também dois ladrões, um à direita e outro à esquerda. 39 As pessoas que passavam por aí, o insultavam, balançando a cabeça, 40 e dizendo: «Tu que ias destruir o Templo, e construí-lo em três dias, salve-te a ti mesmo! Se é o Filho de Deus, desce da cruz!» 41 Do mesmo modo, os chefes dos sacerdotes, junto com os doutores da Lei e os anciãos, também zombavam de Jesus: 42 «A outros ele salvou... A si mesmo não pode salvar! É Rei de Israel... Desça agora da cruz, e acreditaremos nele. 43 Confiou em Deus; que Deus o livre agora, se é que o ama! Pois ele disse: Eu sou Filho de Deus.» 44 Do mesmo modo, também os dois bandidos que foram crucificados com Jesus o insultavam.
 45 Desde o meio-dia até às três horas da tarde houve escuridão sobre toda a terra. 46 Pelas três horas da tarde Jesus deu um forte grito: «Eli, Eli, lamá sabactâni?», isto é: «Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?» 47 Alguns dos que aí estavam, ouvindo isso, disseram: «Ele está chamando Elias!» 48 E logo um deles foi correndo pegar uma esponja, a ensopou em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara, e deu para Jesus beber. 49 Outros, porém, disseram: «Deixe, vamos ver se Elias vem salvá-lo!» 50 Então Jesus deu outra vez um forte grito, e entregou o espírito. 51 Imediatamente a cortina do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo; a terra tremeu, e as pedras se partiram. 52 Os túmulos se abriram e muitos santos falecidos ressuscitaram. 53 Saindo dos túmulos depois da ressurreição de Jesus, apareceram na Cidade Santa, e foram vistos por muitas pessoas.
54 O oficial e o soldados que estavam com ele guardando Jesus, ao notarem o terremoto e tudo o que havia acontecido, ficaram com muito medo, e disseram: «De fato, ele era mesmo Filho de Deus!» 55 Grande número de mulheres estavam aí, olhando de longe. Elas haviam acompanhado Jesus desde a Galileia, prestando-lhe serviços. 56 Entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.
57 Ao entardecer, chegou um homem rico de Arimateia, chamado José, que também se tornara discípulo de Jesus. 58 Ele foi procurar Pilatos, e pediu o corpo de Jesus. Então Pilatos deu ordem para que o cadáver fosse entregue a José. 59 José, tomando o corpo, o envolveu num lençol limpo, 60 e o colocou num túmulo novo, que ele mesmo havia mandado escavar na rocha. Em seguida, rolou uma grande pedra para fechar a entrada do túmulo, e retirou-se. 61 Maria Madalena e a outra Maria estavam aí sentadas, em frente ao sepulcro.
62 No dia seguinte, um dia depois da Preparação, os chefes dos sacerdotes e os fariseus foram ter com Pilatos, 63 e disseram: «Senhor, nós lembramos que aquele impostor, quando ainda estava vivo, falou: ‘Depois de três dias eu ressuscitarei’. 64 Portanto, mande guardar o sepulcro até o terceiro dia, para não acontecer que os discípulos venham roubar o corpo, e digam ao povo: ‘Ele ressuscitou dos mortos!’ Então essa última mentira seria pior do que a primeira.» 65 Pilatos respondeu: «Vocês têm uma guarda: vão e guardem o sepulcro o melhor que puderem.» 66 Então eles foram manter o sepulcro em segurança: lacraram a pedra, e montaram guarda.

De novo o Evangelho lembra que o traidor é um discípulo que acompanhou Jesus o tempo todo. Na verdade, ele pode ser qualquer um de nós que não tenha se decidido pelo Projeto de Deus, mas pelo projeto da riqueza, que gera exploração, miséria, doença, não vida, morte.
Jesus, traído, humilhado, torturado, morto, é fiel até o fim.

2. Meditação (Caminho) 
O que o texto diz para nós, hoje?
Qual é o nosso Projeto? Perguntamo-nos: Quais são nossos valores?Identificamo-nos com Jesus e seu Projeto?

 Dizem os bispos: “Identificar-se com Jesus Cristo é também compartilhar seu destino: “Onde eu estiver, aí estará também o meu servo” (Jo 12,26). O cristão vive o mesmo destino do Senhor, inclusive até a cruz: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, carregue a sua cruz e me siga” (Mc 8,34). Estimula-nos o testemunho de tantos missionários e mártires de ontem e de hoje em nossos povos que tem chegado a compartilhar a cruz de Cristo até a entrega de sua vida.(DAp 140).

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações como a Via-sacra:
VIA-SACRA (diante de um crucifixo)

1. Jesus é condenado à morte por Pilatos (Mt27,26) 
A cada estação, faço um momento de silêncio e depois rezo:
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.


2. Jesus carrega a sua Cruz (Mt 27,31) 


3. Jesus cai pela primeira vez 



4. Jesus encontra a sua Mãe 


5. Jesus recebe ajuda de Simão para carregar a Cruz (Mt27.32) 


6. Verônica enxuga o rosto de Jesus 



7. Jesus cai pela segunda vez sob o peso da Cruz 


8. Jesus fala às mulheres de Jerusalém (Lc 23,27) 


9. Jesus cai pela terceira vez sob o peso da Cruz 


10. Jesus é despojado de suas vestes (Mt 27,35) 


11. Jesus é pregado na Cruz 


12. Jesus morre na Cruz (Mt 27,50) 


13. Jesus é descido da Cruz (Mt 27,59) 


14. Jesus é sepultado (Mt27,60) 
15. Jesus ressuscitou (Mt 28,5).
Termino, fazendo com muita consciência o sinal da cruz:
"Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo".

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?
Nosso novo olhar é  de amor para Jesus e de pedido de perdão por  todas as traições que hoje ele sofre no mundo quando as pessoas se deixam vender.
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.