segunda-feira, 6 de junho de 2022

Jo 19,25-27 - Maria Mãe da Igreja

LEITURA ORANTE


Na primeira segunda-feira após Pentecostes, a Igreja celebra a memória da Virgem Maria Mãe da Igreja, um título que tem raízes profundas, e que foi inserido no Calendário Litúrgico em 2018, por desejo do Papa Francisco.

Nesta Solenidade, elevemos “nosso pensamento a Maria. Ela estava lá, com os apóstolos, quando veio o Espírito Santo, protagonista com a primeira comunidade da admirável experiência de Pentecostes, e rezemos a ela para que obtenha para a Igreja o ardente espírito missionário".
Saudação
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Preparamo-nos para a Leitura, rezando:
Ave Maria, cheia de graça .....

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Lemos atentamente,  o texto: Jo 19,25-27, e observamos pessoas, palavras, relações, lugares.

Perto da cruz de Jesus estavam a sua mãe, e a irmã dela, e Maria, a esposa de Cléofas, e também Maria Madalena. Quando Jesus viu a sua mãe e perto dela o discípulo que ele amava, disse a ela: - Este é o seu filho. Em seguida disse a ele: - Esta é a sua mãe. E esse discípulo levou a mãe de Jesus para morar dali em diante na casa dele.

Refletindo
O Espírito Santo é a alma da Igreja e Maria sua esposa. A Igreja é o corpo místico de Cristo, Maria é a Mãe de Jesus que ele mesmo confia no alto da Cruz, a João, confiando ao mesmo tempo o apóstolo a Maria. A mãe de Jesus torna-se Mãe do discípulo e de todos os discípulos. Desta forma pode-se concluir que a Mãe de Jesus, ao pé da cruz, tornou-se Mãe da Igreja. Assim também, o último ato de Jesus na cruz foi fundar a Igreja.


2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para nós, hoje? Qual palavra mais nos toca o coração?
O que o texto me diz no momento? Temos Maria como nossa Mãe? Como é nosso relacionamento com ela? E nosso relacionamento com a Igreja? Como se dá? 

Meditação
No Decreto "Ecclesia Mater" da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, fica estabelecido que a recorrência seja celebrada na segunda-feira após Pentecostes, com o objetivo de "favorecer o crescimento do senso materno da Igreja nos pastores, religiosos e fiéis, bem como da genuína piedade mariana".

"Esta celebração nos ajudará a recordar que, para crescer, a vida cristã deve estar ancorada ao mistério da Cruz, à oblação de Cristo no banquete Eucarístico, a Virgem oferente, Mãe do Redentor e dos remidos”, lê-se no documento. De fato, a união de Maria com Cristo culmina na hora da Cruz, quando Maria acolhe a vontade do Filho e aceita, num certo sentido perdendo-o, de se tornar Mãe de toda a humanidade.

A maternidade de Maria e a maternidade da Igreja
"Todas as palavras de Nossa Senhora são palavras de mãe", desde o momento da "Anunciação até o fim, ela é mãe". O Papa Francisco o havia dito na Casa Santa Marta, na primeira Missa celebrada em memória da Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, em 21 de maio de 2018.  E explicava como os Padres da Igreja haviam entendido que a maternidade de Maria era a maternidade da Igreja.

Ao salientar a dimensão feminina da Igreja e também a importância da mulher, afirmou: "Sem a mulher a Igreja não vai em frente, porque ela é mulher, e essa atitude da mulher vem de Maria, porque Jesus assim o desejou".

Naquela ocasião, Francisco indicou a ternura como aquela atitude materna que deve distinguir a Igreja, acrescentando: "também uma alma, uma pessoa que vive essa pertença à Igreja, sabendo que também é mãe, deve seguir o mesmo caminho: uma pessoa mansa, humilde, terna, sorridente, cheia de amor”.

As raízes profundas do título de Maria Mãe da Igreja
Se o título de Maria Mãe da Igreja tem raízes nos primeiros tempos do cristianismo - e já está presente no pensamento de Santo Agostinho e São Leão Magno, no Credo de Nicéia de 325, e já os Padres do Concílio de Éfeso (430) haviam definido Maria como "verdadeira mãe de Deus" - ele retorna ao Magistério de Bento XIV e Leão XIII.

Mas foi o Papa Paulo VI, no final da terceira sessão do Concílio Vaticano II, em 21 de novembro de 1964, a declarar a Bem-Aventurada Virgem "Mãe da Igreja, isto é, de todo o povo cristão, tanto dos fiéis como dos pastores que a chamam de Mãe amantíssima".

Mais tarde, em 1980, João Paulo II inseriu nas Ladainhas Lauretanas a veneração a Nossa Senhora como Mãe da Igreja, até chegar o Decreto desejado pelo Papa Francisco que, na memória de um ano atrás, em 10 de junho de 2019, escreveu em um tweet que continua atual: "Maria, mãe da Igreja, ajuda-nos a entregar-nos plenamente a Jesus, a crer no seu amor, sobretudo nos momentos de tribulação e de cruz, quando nossa fé é chamada a amadurecer”.

3.Oração (Vida)
O que o texto nos leva a dizer a Deus? 
Rezamos:
Oração a  Maria, Mãe da Igreja
 
Mãe de Deus e nossa,
rosto materno da ternura de Deus Pai,
tua simplicidade é para nós uma escola,
e nela tua disponibilidade
à grande lição que queremos aprender
para assentar nosso mundo
na solidariedade fraterna.

Mãe amorosa no silêncio,
resistente nas lutas pelo bem,
ensina-nos sempre a
semear a boa semente da vida
e a experimentar duradoura alegria na confiança!

Tua presença redobra nosso entusiasmo
e, assim, sejamos favorecidos
por tua clemência e intercessão,
com a ternura que aquece nossos corações
e nos cura de decepções e cansaços
que nos abatem pelo caminho,
presenteados, cada dia,
com o dom da saúde e da paz,
para nos convencermos de fazer o bem
e ajudar o mundo a abrir-se
ao amor de Deus,
enquanto caminhamos,
juntos e confiantes,
para o Reino definitivo.
Amém

 Dom Walmor Oliveira de Azevedo

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual nosso novo olhar e agir a partir da Palavra? Vamos olhar o mundo e a vida com os olhos de Maria.
Vamos demonstrar pela vida que vivemos como Igreja da qual Maria é a Mãe. Escolhemos uma frase ou palavra para memorizar. Vamos repeti-la durante o dia.
Por exemplo: Esta é a sua mãe!

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp