quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Lc 21,12-19 - Jesus nos garante palavras de sabedoria


LEITURA ORANTE
 Graça e Paz a todos os que se reúnem aqui,  em torno da Palavra.

 O  Senhor está chegando, cresçamos nesta compreensão e certeza: Ele caminha conosco. Vamos com Ele. Observemos como vivemos. 

Rezemos  o Salmo 94:

- Venham, ó nações, ao Senhor cantar 
- Ao Deus do universo, venham festejar

- Seu amor por nós, firme para sempre 
- Sua fidelidade dura eternamente

- Toda a terra aclame, cante ao Senhor 
- Sirva com alegria, venha com fervor 

- Nossas mãos orantes para o céu subindo 
- Cheguem como oferenda ao som deste hino 

- Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito 
- Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito

1. Leitura (Verdade)

- O que a Palavra diz?
Lemos atentamente o texto do Evangelho do Dia: Lc 21,12-19.

- Mas, antes de acontecer tudo isso, vocês serão presos e perseguidos. Vocês serão entregues para serem julgados nas sinagogas e depois serão jogados na cadeia. Por serem meus seguidores, vocês serão levados aos reis e aos governadores para serem julgados. E isso dará oportunidade a vocês para anunciarem o evangelho. Resolvam desde já que não vão ficar preocupados, antes da hora, com o que dirão para se defender. Porque eu lhes darei palavras e sabedoria que os seus inimigos não poderão resistir, nem negar. Vocês serão entregues às autoridades pelos seus próprios pais, irmãos, parentes e amigos, e alguns de vocês serão mortos. Todos odiarão vocês por serem meus seguidores. Mas nem um fio de cabelo de vocês será perdido. Fiquem firmes, pois assim vocês serão salvos.

Compreendamos a Palavra

Jesus fala aos discípulos, dizendo-lhes que serão perseguidos, presos, julgados. E vê nisto tudo oportunidades para anunciar o Evangelho.
“Antes de tudo isto, vocês serão perseguidos...” (v. 12). Prevê Jesus uma reação violenta por parte das autoridades judaicas e das autoridades romanas (diante de governadores e reis). Por causa de quê? Por estar como discípulo empenhado ativamente na transformação da ordem injusta, anunciando, denunciando e realizando os sinais do Reino, exatamente como fez o Mestre. Daí que quase os mesmos termos que anunciam sua Paixão, anunciam também o caminho de sofrimento para seus seguidores.
Mais ainda, o Mestre lhes dá uma recomendação: não fiquem preocupados.
E lhes garante: "darei a vocês palavras e sabedoria suficientes para se defenderem”. "Vocês serão odiados por serem meus seguidores, mas fiquem firmes. Nenhum cabelo de vocês de perderá. E vocês serão salvos"

2. Meditação Caminho)
- O que a Palavra diz para nós?
Semeiam o mal ao meu redor e às vezes sou até atingido por ele. Como reagimos? Como reagimos diante de uma ordem injusta? Permitimos que o mal vá penetrando na sociedade ou usamos nossa consciência para filtrar e distinguir o que é do bem e o que é manobra de poderosos, de injustiças e maldades?
De onde vem tanto ódio em nosso mundo? Ganância por poder? Inveja? Ciúme? Insensibilidade com os pobres e os que sofrem?
Estes não são sinais do Reino de Deus.
Não é o jeito de ser de Jesus e dos que o seguem.

O papa Francisco diz:
“A injustiça é a raiz perversa do mal. O grito dos pobres torna-se mais forte a cada dia, e a cada dia é menos ouvido, porque abafado pelo barulho de poucos ricos, que são sempre menos e sempre mais poderosos. (…)Nos pobres, o próprio Cristo como que apela em alta voz para a caridade dos seus discípulos. Pede-nos para o reconhecermos em quem tem fome e sede, é migrante e está privado de dignidade, doente, analfabeto, desempregado”. Junto de Deus, o grito dos pobres encontra refúgio, mas e em nós? Temos olhos para ver, ouvidos para escutar, mãos estendidas para levantar e ajudar?”
E nós que sofremos alguma perseguição? São Paulo nos anima como cristãos que somos:
De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos.  ( 2 Cor 4,8-9)

Meditando
Recordo a palavra dos Pastores da Igreja na América Latina e Caribe que disseram, em Aparecida: "Identificar-se com Jesus Cristo é também compartilhar seu destino: "Onde eu estiver, aí estará também o meu servo" (Jo 12,26). O cristão vive o mesmo destino do Senhor, inclusive até a cruz: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, carregue a sua cruz e me siga" (Mc 8,34). Estimula-nos o testemunho de tantos missionários e mártires de ontem e de hoje em nossos povos que tem chegado a compartilhar a cruz de Cristo até a entrega de sua vida." (DAp 140).


O Papa Francisco fala destas dificuldades que enfrentarão os discípulos missionários. Diz ele:

"Jesus descreve três situações concretas que os discípulos enfrentarão.
Antes de tudo, a primeira, a hostilidade daqueles que gostariam de silenciar a Palavra de Deus, é adoçá-la, diluindo-a ou reprimindo quantos  a anunciam. Neste caso, Jesus encoraja os Apóstolos a difundir a mensagem de salvação que Ele lhes confiou. Até àquele momento, Ele transmitiu-a com prudência, quase em segredo, no pequeno grupo dos discípulos. Mas eles deverão proclamar o seu Evangelho “à luz do dia”, ou seja, abertamente, e anunciá-lo “sobre os telhados” - assim diz Jesus - isto é, publicamente.

A segunda dificuldade que os missionários de Cristo irão encontrar é a ameaça física contra eles, isto é, a perseguição direta do seu povo, inclusive a morte. Esta profecia de Jesus verificou-se em todos os tempos: trata-se de uma realidade dolorosa, mas atesta a fidelidade das testemunhas. Quantos cristãos ainda hoje são perseguidos em todo o mundo! Sofrem pelo Evangelho com amor, são os mártires dos nossos dias. E podemos dizer com certeza que são mais do que os mártires dos primeiros tempos: muitos mártires unicamente pelo facto de serem cristãos. A estes discípulos de ontem e de hoje que sofrem a perseguição, Jesus recomenda: «Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma» (v. 28). Não nos devemos deixar assustar por aqueles que procuram extinguir a força da evangelização através da arrogância e da violência. Na verdade, nada podem fazer contra a alma, ou seja, contra a comunhão com Deus: ninguém a pode tirar aos discípulos, pois é um dom de Deus. O único medo que o discípulo deve ter é o de perder esse dom divino, a proximidade, a amizade com Deus, renunciando a viver segundo o Evangelho e causando deste modo a sua morte moral, que é a consequência do pecado.    

O terceiro tipo de prova que os Apóstolos terão de enfrentar, é indicada por Jesus no sentimento que alguns terão de que o próprio Deus os abandonou, permanecendo distante e silencioso. Também aqui nos exorta a não ter medo, porque, apesar de passarmos por estas e outras ciladas, a vida dos discípulos está firmemente nas mãos de Deus, que nos ama e nos guarda. São como as três tentações: edulcorar o Evangelho, diluí-lo; segunda, a perseguição; e terceira, o sentimento de que Deus nos deixou sozinhos. Jesus também sofreu esta provação no Jardim das Oliveiras e na Cruz: “Pai, por que me abandonaste”, diz Jesus. Por vezes sentimos esta aridez espiritual; não devemos ter medo dela. O Pai cuida de nós porque o nosso valor é grande aos Seus olhos. O importante é a franqueza, a coragem do testemunho, do testemunho de fé: “reconhecer Jesus diante dos homens” e ir em frente praticando o bem." (Papa Francisco, 21 de junho 2020)

3. Oração (Vida)

- O que a Palavra nos leva a dizer a Deus?
O papa Francisco pergunta: quantos de vocês rezam pelos cristãos que são perseguidos?”
Rezemos por eles:
Senhor Jesus Cristo, 
Vós nos ensinastes a rezar
ao Pai em vosso nome e nos assegurastes que
tudo o que pedíssemos nós receberíamos.
Por isso, nos dirigimos a Vós com total
confiança, pedindo-vos a graça e a força de
perseverar nesta tempestade, para alcançar a
paz e a segurança, antes que seja tarde demais.
Esta é a nossa oração e, 
embora pareça impossível para nós, 
confiamos a Vós a nossa
sobrevivência e nosso futuro.
Ajudai-nos, Pai, em nome de seu Filho
crucificado e ressuscitado, Jesus, 
para continuarmos a trabalhar juntos; 
para sermos livres, responsáveis e amorosos; 
para encontrarmos a vossa vontade 
e fazê-la com alegria, zelo e coragem.
Em Caná, a Mãe de Jesus foi a primeira a notar
que não havia vinho. Pela intercessão de Maria,
pedimos-vos, Pai, para mudar a nossa situação
– como vosso Filho transformou a água em vinho –
da morte para a vida.
Amém

4. Contemplação(Vida/ Missão) 
- Qual o nosso novo olhar a partir da Palavra?

Nosso olhar pode ser iluminado pela certeza de que Deus cuida deste mundo, Deus cuida de nós, e em Jesus Cristo toda dor, todo sofrimento, toda perseguição tem um misterioso porquê. Deus sabe e permite que isto seja motivo para anunciarmos o seu Reino. Tenhamos esta certeza. Vamos recordar durante o dia o que nos garante o Senhor: "eu lhes darei palavras e sabedoria que os seus inimigos não poderão resistir, nem negar".

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.


Irmã Patrícia Silva, fsp