sábado, 15 de fevereiro de 2025

Mc 8,1-10 - O que levo a Jesus?

LEITURA ORANTE

Preparamo-nos para a Leitura Orante do Evangelho de hoje,
saudando a todos os que,
em todas as partes do mundo encontram-se com Deus 
pela Palavra.
- A todos nós que nos encontramos neste espaço,
paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!


Preparamo-nos para a Leitura, rezando:
 oferecendo o nosso dia:

Jesus Mestre, eu vos ofereço o meu dia
com a mesmas intenções com que pregastes o Evangelho.
Seja tudo, só e sempre, para a glória de Deus e a paz dos homens
Jesus Verdade, que todas as pessoas vos conheçam!
Jesus Caminho, que as pessoas sigam vossas pegadas!
Jesus Vida, que todos vivam em vós!
Jesus Mestre, inspirai-nos com a vossa sabedoria
para que  possamos viver e transmitir palavras de salvação.
Que nossos pensamentos se inspirem no Evangelho,

e se tornem fontes de vossa luz
a iluminar as pessoas, nossos irmãos.
Amém.
 

1.Leitura (Verdade)
- O que a Palavra diz? Lemos o texto que vamos rezar: Mc 8,1-10.

1 Naqueles dias, havia de novo uma grande multidão e não tinha o que comer. Jesus chamou os discípulos e disse: 2 “Tenho compaixão dessa multidão, porque já faz três dias que está comigo e não tem nada para comer. 3 Se eu os mandar para casa sem comer, vão desmaiar pelo caminho, porque muitos deles vieram de longe”. 4 Os discípulos disseram: “Como poderia alguém saciá-los de pão aqui no deserto?” 5 Jesus perguntou-lhes: “Quantos pães tendes?” Eles responderam: “Sete”. 6 Jesus mandou que a multidão se sentasse no chão. Depois, pegou os sete pães e deu graças, partiu-os e ia dando aos seus discípulos, para que os distribuíssem. E eles os distribuíam ao povo. 7 Tinham também alguns peixinhos. Depois de pronunciar a bênção sobre eles, mandou que os distribuíssem também. 8  Comeram e ficaram satisfeitos, e recolheram sete cestos com os pedaços que sobraram. 9 Eram quatro mil, mais ou menos. E Jesus os despediu. 10 Subindo logo na barca com seus discípulos, Jesus foi para a região de Dalmanuta.

Compreendendo melhor o texto
A partilha dos pães e peixes é narrada pelos quatro evangelistas. As narrativas mostram Jesus compadecido, ou seja, comovido com a multidão que era como ovelhas sem pastor. Jesus mandou o povo se sentar. Abençoou e partiu os pães e os repartiu aos discípulos, para que estes os distribuíssem ao povo. Envolveu a todos. Era o "banquete dos pobres", um banquete diferente,  não só porque todos comeram e ficaram saciados, mas porque todos partilharam o que traziam em suas mochilas, como fez o menino. O maior milagre foi abrir as mãos e fazer a comunhão fraterna. Jesus provocou a partilha, soube organizar e dividir com igualdade.
Quando assim é feito, ainda há sobras que não devem ser descartadas, mas recolhidas para alimentar mais gente. 

2.Meditação (Caminho)
- O que a Palavra diz para nós?
O que este texto do evangelho nos diz? O que diz para a nossa comunidade? Para o nosso grupo? Para a nossa família?

Em primeiro lugar, nos diz que Jesus se preocupa e «sente compaixão» do homem todo: corpo e alma. 
Jesus não estalou os dedos para que aparecesse, como mágica, pão e peixe para todos. Ele perguntou o que eles tinham; convidou a partilhar o pouco que tinham: 7 pães e alguns peixinhos. 
Hoje, Ele faz a mesma coisa. A humanidade seria capaz de dar de comer a  bilhões de pessoas que passam fome. A fome não existiria se houvesse melhor distribuição, maior solidariedade e capacidade para partilhar. .

Meditando
Em Aparecida, na V Conferência, os bispos lembraram todo os tipos de fome e disseram como Jesus, a serviço da vida, libertou as pessoas. Disseram eles: 

"Jesus, o Bom Pastor, quer nos comunicar a sua vida e se colocar a serviço da vida. Vemos como ele se aproxima do cego no caminho (cf. Mc 10,46-52), quando dignifica a samaritana (cf. Jo 4,7-26), quando cura os enfermos (cf. Mt 11,2-6), quando alimenta o povo faminto (cf. Mc 6,30-44), quando liberta os endemoninhados (cf. Mc 5,1-20). Em seu Reino de vida Jesus inclui todos: come e bebe com os pecadores (cf. Mc 2,16), sem se importar que o tratem como comilão e bêbado (cf. Mt 11,19); toca nos leprosos (cf. Lc 5,13),  deixa que uma prostituta unja seus pés (cf. Lc 7,36-50) e, de noite, recebe Nicodemos para convidá-lo a nascer de novo (cf. Jo 3,1-15). Igualmente, convida a seus discípulos à reconciliação (cf. Mt 5,24), ao amor pelos inimigos (cf. Mt 5,44) e a optarem pelos mais pobres (cf. Lc 14,15-24). (DAp 353).

O que levo hoje a Jesus?

Sugere o Papa Francisco:
"Procuremos agora colocar-nos no lugar do menino. Os discípulos pedem-lhe que partilhe tudo o que tem para comer. Parece uma proposta sem sentido, aliás, injusta. Por que privar uma pessoa, sobretudo um menino, do que trouxe de casa e tem o direito de reservar para si? Por que tirar de uma pessoa o que não é suficiente para alimentar toda a gente? Humanamente, é ilógico. Mas para Deus não. Pelo contrário, graças a esse pequeno dom gratuito e, portanto, heroico, Jesus pode dar de comer a todos. Para nós é um grande ensinamento. Diz-nos que o Senhor pode fazer muito com o pouco que pomos à sua disposição. Seria bom perguntarmo-nos todos os dias: “O que levo hoje a Jesus?”. Ele pode fazer muito com uma nossa oração, com um nosso gesto de caridade para com os outros, até com uma das nossas misérias entregues à sua misericórdia. Demos nossa pequenez a Jesus, e Ele faz milagres. É assim que Deus gosta de agir: Ele faz grandes coisas a partir das pequenas, a partir das gratuitas".

3.Oração (Vida)
- O que a Palavra nos leva a dizer a Deus?
A Palavra leva-nos a cantar com o Pe. Zezinho
Senhor, dai pão
Senhor, dai pão a quem tem fome
E fome de justiça a quem tem pão
Dai-nos seguir a mesma estrada
Que termina onde todos são irmãos

Dai-nos fé, dai-nos amor
Dai-nos coragem de morrer
Para que os homens tenham
Medo de matar. 
Dai-nos fé, dai-nos amor, 
Dai um caminho para todos
Pois muitos já não sabem onde andar

Senhor, dai-nos paz que não é trégua
E voz que não reboa pra ferir,
Prudência pra falar primeiro, 
De nunca usar da força,
Mas de ouvir

Dai-nos fé, dai-nos amor
Dai-nos coragem de sorrir
Para que os outros tenham medo de odiar
Dai-nos fé, dai-nos amor
Dai um caminho para todos, pois muitos
Já não sabem mais amar

4. Contemplação (Vida e Missão)
- Qual o nosso novo olhar a partir da Palavra?
Acabamos de partilhar o pão da Palavra que a comunicação multiplicou. Resta-nos uma tarefa: recolher «os pedaços que sobraram», e fazer a Palavra chegar também a quem não participou do banquete. Como discípulo/a e missionário/a partimos agora para a bela tarefa de comunicar a mensagem, sugerindo esta reflexão a alguém próximo ou distante.


Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém

 
Ir. Patrícia Silva, fsp

 
 



Lc 6,17.20-26 - Quem são os felizes? - 6 Domingo do Tempo Comum - 16 de fevereiro

LEITURA ORANTE



- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Preparamo-nos para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles",
ficai conosco,
aqui reunidos (pela grande rede da internet),
para melhor meditar
e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida:
transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Lemos atentamente,  o texto: Lc 6,17.20-26, e observamos pessoas, palavras, relações, lugares.

Naquele tempo, 17Jesus desceu da montanha com os discípulos e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia. 20 E, levantando os olhos para os seus discípulos, disse: “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! 21 Bem-aventurados, vós que agora tendes fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque havereis de rir! 22 Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem o vosso nome por causa do Filho do Homem! 23 Alegrai-vos, nesse dia, e exultai, pois será grande a vossa recompensa no céu; porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas. 24 Mas ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação! 25 Ai de vós, que agora tendes fartura, porque passareis fome! Ai de vós, que agora rides, porque tereis luto e lágrimas! 26 Ai de vós quando todos vos elogiam! Era assim que os antepassados deles tratavam os falsos profetas”.

Compreendendo o texto
Este é um solene discurso de Jesus que abre um discurso maior. É como um eco daquele primeiro na sinagoga de Nazaré. Também Lucas fala da “boa nova” para os pobres: o Reino de Deus, a sua justiça para os pobres, os famintos, os que sofrem e que são rejeitados. Para compreender o texto do Evangelho de hoje, precisamos nos perguntar: Qual a finalidade das bem-aventuranças? Quem são os pobres e os ricos? O que é o Reino de Deus? As bem-aventuranças, aqui expressas na palavra “felizes”, são um estilo literário da Bíblia, usado pelos sábios e profetas para anunciar a alegria que relaciona o presente com uma promessa futura. Os destinatários destas promessas são os pobres, ditos também os “anawim”, ou seja, aqueles que dependem dos outros, privados de segurança material e social: os famintos, aflitos, oprimidos. Neste anúncio Jesus não está dizendo que os pobres são felizes pela sua condição carente, mas porque Deus toma a defesa do pobre. Também não é porque o pobre é melhor do que o rico, mas porque Deus é justo, misericordioso e Pai que “faz nascer o sol sobre justos e injustos”. Na verdade as bem-aventuranças de Jesus não significam que ele ratifica, abençoa a situação dos pobres, famintos, aflitos. Isto seria a consagração da injustiça, das diferenças e da prepotência humana,que na verdade, são denunciadas nos “ai de vós”. Nesta narrativa de Lucas, as bem-aventuranças são dirigidas aos discípulos que pelo Reino partilham a condição dos pobres e da rejeição: “felizes são vocês quando os odiarem, rejeitarem, insultarem e disserem que vocês são maus por serem seguidores do Filho do Homem”.


2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para nós, hoje? Qual palavra mais nos toca o coração?
Entramos em diálogo com o texto. Refletimos e atualizamos. 

Meditando
Recordamos as palavras dos nossos pastores, em Aparecida, palavras que repercutem as de Jesus: “No fiel cumprimento de sua vocação batismal, o discípulo deve levar em consideração os desafios que o mundo de hoje apresenta à Igreja de Jesus, entre outros: (...) a mudança de paradigmas culturais; o fenômeno da globalização e a secularização; os graves problemas de violência, pobreza e injustiça; a crescente cultura da morte que afeta a vida em todas as suas formas.” (DAp 185)

Como enfrentamos estes e outros desafios?
O nosso Projeto de vida é o do Mestre Jesus Cristo?

Vale a pena recordar as catequeses do Papa Francisco sobre as Bem-Aventuranças
Foram 9 catequeses sobre as Bem-Aventuranças. A primeira foi na Audiência Geral de 29 de janeiro de 2020 e a última em 29 de abril. A partir de 11 de março, as Audiências foram todas feitas na Biblioteca do Palácio Apostólico, no Vaticano, devido à pandemia, sem fiéis, sem peregrinos, sem abraços e afagos nas crianças e com os telões na Praça São Pedro desligados, já que a mesma estava fechada.

Em 29 de abril de 2020, o Papa Francisco concluiu sua série de catequeses sobre as Bem-Aventuranças:

29 de janeiro - As Bem-aventuranças contêm o “bilhete de identidade” do cristão: https://is.gd/jDCBgb

05 de fevereiro - «Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu»: https://is.gd/gGR66w

12 de fevereiro - «Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados»: https://is.gd/P4wvJq

19 de fevereiro - «Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra»: https://is.gd/ppWvAl

11 de março - «Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados»: https://is.gd/8M6ZON

18 de março -  «Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia»: https://bit.ly/2Woivm2

1° de abril - «Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus»: https://bit.ly/2YVlqV9

15 de abril - «Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos Deus»: https://bit.ly/2Ll7LyP

29 de abril - «Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus» e «Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo, falarem todo mal contra vós por minha causa»: https://bit.ly/2WPIgL3


3.Oração (Vida)
O que o texto nos leva a dizer a Deus?
Rezamos espontaneamente e também 
Salmo 144(145)

O Senhor é muito bom para com todos.

Todos os dias haverei de bendizer-vos, / hei de louvar o vosso nome para sempre. / Grande é o Senhor e muito digno de louvores, / e ninguém pode medir sua grandeza. – R.

Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem / e os vossos santos com louvores vos bendigam! / Narrem a glória e o esplendor do vosso reino / e saibam proclamar vosso poder! – R.

Para espalhar vossos prodígios entre os homens / e o fulgor de vosso reino esplendoroso. / O vosso reino é um reino para sempre, / vosso poder, de geração em geração. – R..

4.Contemplação (Vida e Missão)

Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?
Vamos olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus.
Escolhemos uma frase ou palavra para memorizar. Vamos lembrá-la durante o dia. Esta Palavra vai fazendo parte da nossa vida, da nossa mente, como a chuva que cai.

Bênção final
Podemos cantar com Zé Vicente: Deus nos abençoe
Deus nos abençoe, Deus nos dê a paz,
a paz que só o amor é que nos traz,
a paz que só o amor é que nos traz

Ir. Patrícia Silva, fsp