quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Lc 11,5-13 - Peçam e vocês receberão


LEITURA ORANTE


Mês Missionário

Preparamo-nos para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação
e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que se encontram neste ambiente virtual. Rezamos, em sintonia com a Santíssima Trindade.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.

1. Leitura (Verdade)
Vamos "conhecer"
O que diz o texto do dia? Leiamos o texto: Lc 11,5-13

Então Jesus disse aos seus discípulos:

- Imaginem que um de vocês vá à casa de um amigo, à meia-noite, e lhe diga: "Amigo, me empreste três pães. É que um amigo meu acaba de chegar de viagem, e eu não tenho nada para lhe oferecer."
- E imaginem que o amigo responda lá de dentro: "Não me amole! A porta já está trancada, e eu e os meus filhos estamos deitados. Não posso me levantar para lhe dar os pães."
Jesus disse:
- Eu afirmo a vocês que pode ser que ele não se levante porque é amigo dele, mas certamente se levantará por causa da insistência dele e lhe dará tudo o que ele precisar. Por isso eu digo: peçam e vocês receberão; procurem e vocês acharão; batam, e a porta será aberta para vocês. Porque todos aqueles que pedem recebem; aqueles que procuram acham; e a porta será aberta para quem bate. Por acaso algum de vocês será capaz de dar uma cobra ao seu filho, quando ele pede um peixe? Ou, se o filho pedir um ovo, vai lhe dar um escorpião? Vocês, mesmo sendo maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos. Quanto mais o Pai, que está no céu, dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem!
Refletindo
Jesus quer dizer que Deus, o Pai, não se faz surdo aos nossos pedidos. Não é, porém,  para  o deixar em paz, como pode parecer, num primeiro momento, no exemplo que Jesus dá. Apresenta três afirmações neste trecho do Evangelho de Lucas:
- Oração e pedidos pelas nossas necessidades.
- Perseverança na oração: “insistência”.
- Confiança na bondade de Deus: “se vocês sabem dar coisas boas a seus filhos, quanto mais o Pai”.
Fica claro neste texto o que Jesus fala sobre a necessidade da oração. E uma certeza: o Pai dará o Espírito Santo aos que a ele o pedirem.

2. Meditação (Caminho)
Amar e imitar Jesus 
O que o texto diz para nós, hoje? Qual palavra mais nos toca o coração?

Meditando
O texto me faz recordar o que disseram os bispos em Aparecida: “A oração pessoal e comunitária é o lugar onde o discípulo, alimentado pela Palavra e pela Eucaristia, cultiva uma relação de profunda amizade com Jesus Cristo e procura assumir a vontade do Pai. A oração diária é um sinal do primado da graça no caminho do discípulo missionário. Por isso, “é necessário aprender a orar, voltando sempre a aprender esta arte dos lábios do Mestre” (DAp 255).

O papa Francisco fala na Laudato sì:
O Senhor podia convidar os outros a estar atentos à beleza que existe no mundo, porque Ele próprio vivia em contato permanente com a natureza e prestava-lhe uma atenção cheia de carinho e admiração. Quando percorria os quatro cantos da sua terra, detinha-se a contemplar a beleza semeada por seu Pai e convidava os discípulos a individuarem, nas coisas, uma mensagem divina: «Levantai os olhos e vede os campos que estão doirados para a ceifa» (Jo 4, 35). «O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. É a menor de todas as sementes; mas, depois de crescer, torna-se a maior planta do horto e transforma-se numa árvore» (Mt 13, 31-32). (LS 97).

3.Oração (Vida)

O que o texto nos leva a dizer a Deus?





Oração do Mês Missionário

Deus Pai, Filho e Espírito Santo, fonte da esperança que não decepciona,

fortaleça o espírito missionário em todos os cristãos,

para que o Evangelho chegue a todos os lugares do mundo,

nossa Casa Comum.

Que a graça do Ano Jubilar renove em nós, peregrinos da esperança,

o desejo de buscar os bens eternos e o empenho em promover

um mundo mais humano e fraterno.

Maria, Estrela da Evangelização, interceda por nós,

junto a Jesus Cristo, o Missionário do Pai, para sermos Igreja sinodal

em missão, testemunhando o Reino de Deus

até os confins do mundo, rumo à plenitude.

Amém.

Mês missionário 2025

Tema: “Missionários da esperança entre os povos”

Lema: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5)


4.Contemplação (Vida e Missão)
Com  Jesus  transformar a história.
Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?

Meu novo olhar é impregnado pelo espírito de oração, recomendado por Jesus. Como diz o papa Francisco: "Sem momentos prolongados de adoração, de encontro orante com a Palavra, de diálogo sincero com o Senhor, as tarefas facilmente se esvaziam de significado, quebrantamo-nos com o cansaço e as dificuldades, e o ardor apaga-se. A Igreja não pode dispensar o pulmão da oração, e alegra-me imenso que se multipliquem, em todas as instituições eclesiais, os grupos de oração, de intercessão, de leitura orante da Palavra, as adorações perpétuas da Eucaristia." (EG 262)

Bênção

 - Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém


Ir. Patricia Silva, fsp








quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Lc 11,1-4 - Pai Nosso!

LEITURA ORANTE


"Venha o teu Reino"

 "O universo desenvolve-se em Deus, que o preenche completamente. E, portanto, há um mistério a contemplar numa folha, numa vereda, no orvalho, no rosto do pobre». O mundo canta um Amor infinito; como não cuidar dele?" (Laudate Deum  65, Papa Francisco)


Vem Santo Espírito, amor do Pai.
Toca a minha mente, a minha vontade, o meu coração.
Abre-me à coragem da verdade.
Dá-me a força para deixar-me tocar
e renovar profundamente por Jesus, Palavra do Pai. Amém.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia? Leiamos o texto: Lc 11,1-4

Um dia Jesus estava orando num certo lugar. Quando acabou de orar, um dos seus discípulos pediu:
- Senhor, nos ensine a orar, como João ensinou os discípulos dele.
Jesus respondeu:
- Quando vocês orarem, digam:
"Pai, que todos reconheçam que o teu nome é santo.
Venha o teu Reino. Dá-nos cada dia o alimento que precisamos.
Perdoa os nossos pecados, pois nós também perdoamos
todos os que nos ofendem.
E não deixes que sejamos tentados."

Refletindo
Neste texto Jesus nos ensina a orar, respondendo à solicitação dos discípulos.  Propõe uma oração breve. Mais breve que a de Mateus (Mt 6,9-15). Esta oração do Pai Nosso  traduz a experiência do povo, suas provações no deserto, o maná de cada dia, a vontade de Deus, o seu reinado. Apresenta cinco pedidos ao invés de sete. Indica a atitude que devemos assumir ao orar: não ficar repetindo fórmulas, muito menos de forma longa. E ainda, ter atitude de confiança no Pai que já sabe tudo de que necessitamos. A invocação "Pai" ilumina o restante:
- que seja respeitado o nome de Deus que é Pai;
- que venha o Reino de Deus isto é, que Deus seja quem orienta e rege a história;
- pede o alimento de cada dia; se é o pão quotidiano refere-se à nossa vida aqui; se é o pão de amanhã, refere-se à vida eterna.
- Perdoa os nossos pecados,  pois nós também perdoamos todos os que nos ofendem.
- E não deixes que sejamos tentados.
O perdão não depende apenas de nosso querer. É dom de Deus que ele nos oferece e que devemos acolher.
Thomas Merton diz que, assim como somos, rezamos. E diz mais: “O homem que não reza, é alguém que tentou fugir de si mesmo, porque fugiu de Deus”.

2. Meditação(Caminho)
O que o texto diz para nós, hoje? Qual palavra mais nos toca o coração?

Meditando
Às vezes, apenas “dizemos orações” com os lábios.
Nosso coração, nossos sentimentos e pensamentos estão distantes.
Jesus nos ensina, de maneira muito simples, a orar:
1º Assumir a atitude de filhos e irmãos: Pai nosso.
2º Reconhecer o nome de Deus como “santo”.
3º Pedir que o Reino de Deus se instaure entre nós.
4º Dispor-nos a fazer a vontade de Deus.
5º Fazer os pedidos para o dia-a-dia: o pão, o perdão, a libertação de toda tentação e mal.

Os bispos, na V Conferência, em Aparecida, disseram: 
Nos diferentes momentos da luta cotidiana, muitos recorrem a algum pequeno sinal do amor de Deus: um crucifixo, um rosário, uma vela que se acende para acompanhar um filho em sua enfermidade, um Pai Nosso recitado entre lágrimas, um olhar entranhável a uma imagem querida de Maria, um sorriso dirigido ao Céu em meio a uma simples alegria.” (DAp 261).

O papa Francisco, na Laudato sì, diz:
Jesus retoma a fé bíblica no Deus criador e destaca um dado fundamental: Deus é Pai (cf. Mt 11, 25). Em colóquio com os seus discípulos, Jesus convidava-os a
reconhecer a relação paterna que Deus tem com todas as criaturas e recordava-lhes, com comovente ternura, como cada uma delas era importante aos olhos d’Ele: «Não se vendem cinco pássaros por duas pequeninas moedas? Contudo, nenhum deles passa despercebido diante de Deus» (Lc 12, 6). «Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as» (Mt 6, 26).
(LS 96)

3. Oração (Vida)

O que o texto nos leva a dizer a Deus?

Oração 
Pai Nosso,
o Teu filho unigênito Jesus Cristo,
ressuscitado dentre os mortos,
confiou aos seus discípulos o mandato:
“Ide e fazei discípulos todos os povos”.
Recorda-nos que, pelo batismo,
tornamo-nos participantes da missão da Igreja.
Pelos dons do Espírito Santo, concede-nos a graça
de sermos testemunhas do Evangelho,
corajosos e vigilantes,
para que a missão confiada à Igreja,
ainda longe de estar realizada,
encontre novas e eficazes expressões
que levem vida e luz ao mundo.
Ajuda-nos, Pai Santo,
a fazer com que todos os povos
possam encontrar-se com o amor
e a misericórdia de Jesus Cristo,
Ele que é Deus convosco, vive e reina
na unidade do Espírito Santo,
agora e para sempre.
Amém
4. Contemplação(Vida/ Missão)
Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?

Nosso novo olhar para o dia de hoje vem carregado de uma certeza: tenho um Pai e uma multidão de irmãos. E, ao rezar o Pai nosso com Jesus recordo o que diz o papa Francisco:  
"Unidos a Jesus, procuramos o que Ele procura, amamos o que Ele ama. Em última instância, o que procuramos é a glória do Pai, vivemos e agimos «para que seja prestado louvor à glória da sua graça» (Ef 1, 6).  (EG 287).


Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patricia Silva, fsp




terça-feira, 7 de outubro de 2025

Lc 1,26-38 - Nossa Senhora do Rosário

LEITURA ORANTE

Oração do Anjo

V.: O Anjo do Senhor anunciou a Maria.

R.: E ela concebeu do Espírito Santo.

V.: Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto de vosso ventre, Jesus.

R.: Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.

V.: Eis aqui a serva do Senhor.

R.: Faça-se em mim segundo a vossa Palavra.

V.: Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto de vosso ventre, Jesus.

R.: Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.

V.: E o Verbo Divino se fez homem.

R.: E habitou entre nós.

V.: Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto de vosso ventre, Jesus.

R.: Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.

V.: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.

R.: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

V.: Oremos.

Infundi, Senhor, em nossos corações a vossa graça, a fim de que, conhecendo a anunciação do Anjo e a encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, pelos merecimentos de sua paixão e morte cheguemos à glória da ressurreição. Pelo mesmo Cristo Senhor Nosso.

R.: Amém.

V.: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.

R.: Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

1. Leitura (Verdade)
- O que a Palavra diz?
Lemos com toda atenção,  o texto do Evangelho: Lc 1,26-38.

 Naquele tempo, 25 um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” 26 Jesus lhe disse: “O que está escrito na Lei? Como lês?” 27 Ele então respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!” 28 Jesus lhe disse: “Tu respondeste corretamente. Faze isso e viverás”. 29 Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?” 30 Jesus respondeu: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o quase morto. 31 Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado. 32 O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado. 33 Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão. 34 Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele. 35 No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando: ‘Toma conta dele! Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais’”. E Jesus perguntou: 36 “Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” 37 Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze a mesma coisa”.

Revendo o texto
O lugar onde acontece este fato é uma pequena aldeia da Galileia: Nazaré. A pessoa a quem Deus envia seu mensageiro é uma jovem como as outras de seu tempo: Maria. Fica preocupada e pede explicações. Por isso, fica sabendo que o que lhe acontecerá é obra do Espírito Santo e que o Menino do qual será Mãe é o próprio Filho de Deus. Sabendo que a Deus nada é impossível, com fé, faz seu ato de disponibilidade ao Projeto de Deus: “Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer!” Aprendo com Maria a buscar perceber os sinais de Deus, a dialogar com Deus, a ouvi-lo, a discernir a vontade de Deus e a dizer “sim”.

A festa de Nossa Senhora Rainha tem suas raízes nos primeiros séculos da história cristã. O primeiro a chamá-la assim foi Santo Efrém no século IV. Mais tarde outros Padres da Igreja que reconheceram a sua dignidade de realeza como Mãe do Rei do Universo. No concílio de Éfeso do século V foi reconhecido, contra as teses de Nestório, que Maria era a Theotókos, a mãe de Deus. Depois disso começou a tradição da coroação de Nossa Senhora. Porém, a devoção a Nossa Senhora Rainha teve que esperar até o século XX para se concretizar em uma verdadeira festa.

Em 1954, o Papa Pio XII com a Encíclica Ad Coeli Reginam, instituiu pela primeira vez a festa de Nossa Senhora Rainha do Universo, fixando-a para o dia 31 de maio e explicava:

“Não é verdade nova que propomos à crença do povo cristão porque o fundamento e as razões da dignidade régia de Maria encontram-se bem expressos em todas as idades, e constam dos documentos antigos da Igreja e dos livros da sagrada liturgia”

Pio XII evidenciou as referências: da Sagrada Escritura aos padres da Igreja, da liturgia à arte. Mais tarde, depois da reforma litúrgica, a data foi mudada por Paulo VI para o dia 22 de agosto, oito dias depois da Festa da Assunção de Nossa Senhora, para evidenciar a proximidade da sua glorificação corpórea (Assunção). E – pode-se observar – foi o próprio Pio XII, em 1950, quem proclamou o dogma da Assunção da Virgem Santíssima ao Céu.

2. Meditação (Caminho)

- O que a Palavra diz para nós? 

Como acolhemos os “anúncios” de Deus na nossa vida? Muitas vezes o anúncio é para uma mudança de vida, outras é o imprevisto que nos faz trocar nossos projetos, outras vezes um problema de saúde, no trabalho, em família. Respondemos com fé e disponibilidade?

Meditando
O anúncio de Nazaré continua hoje, de muitas formas e através de muitas pessoas. Os bispos nos ajudam nesta reflexão:
A Virgem de Nazaré teve uma missão única na história da salvação, concebendo, educando e acompanhando seu filho até seu sacrifício definitivo. Desde a cruz Jesus Cristo confiou a seus discípulos, representados por João, o dom da maternidade de Maria, que nasce diretamente da hora pascal de Cristo: “E desse momento em diante, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,27). Perseverando junto aos apóstolos à espera do Espírito (cf. At 1,13-14), ela cooperou com o nascimento da Igreja missionária, imprimindo-lhe um selo mariano que a identifica profundamente. Como mãe de tantos, fortalece os vínculos fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os discípulos de Jesus Cristo a experimentarem como uma família, a família de Deus. Em Maria, encontramo-nos com Cristo, com o Pai e com o Espírito Santo, assim como com os irmãos.”DAp 267).

O Papa Francisco, em 2017, na videomensagem pelo 300º aniversário da coroação de Nossa Senhora de Częstochowa na Polônia disse: 

“Maria não é uma Rainha distante, sentada num trono, mas a Mãe que abraça o Filho e com Ele todos nós, seus filhos. É uma Mãe verdadeira, com o rosto marcado, uma Mãe que sofre porque se preocupa pelos problemas da nossa vida”

3. Oração (Vida)

- O que a Palavra nos leva a dizer a Deus? Rezamos o

Rosário 

(são 4 Terços contemplando o Nascimento de Jesus, sua Vida Pública, sua Paixão e Morte, e a Ressureição de Jesus)

Após o anúncio de cada  mistério, rezam-se: 1 Pai-nosso, 10 Ave-Marias, 1 Glória ao Pai

– Mistérios Gozosos (Segunda-feira e Sábado)

1º Mistério  – A Anunciação do Anjo a Maria e a Encarnação do Verbo

2º Mistério  – A visitação de Maria a sua prima Santa Isabel

3º Mistério  – Nascimento do Menino Jesus  em Belém

4º Mistério  – A apresentação do Menino Jesus no templo, e a purificação de Maria

5º Mistério  – A perda e o encontro do Menino Jesus no templo

– Mistérios Luminosos (Quinta-feira)

1º Mistério  – Batismo de Jesus Cristo no rio Jordão

2º Mistério  – Primeiro milagre de Jesus transformando a água em vinho nas bodas de Caná.

3º Mistério  – Anunciação do Reino de Deus e o convite à conversão.

4º Mistério  – A transfiguração de  no Monte Tabor

5º Mistério  – A Instituição da Eucaristia na Última Ceia

– Mistérios Dolorosos (Terça e Sexta-feira) 

1º Mistério  –  A oração e agonia no Horto das Oliveira

2º Mistério  – Flagelação de  Jesus Cristo

3º Mistério  –  A coroação de espinhos de  Jesus Cristo

4º Mistério  –  carregando a Cruz às costas

5º Mistério  – A Crucifixão e morte de Jesus Cristo

– Mistérios Gloriosos (Quarta-feira e Domingo)

1º Mistério  – A Ressurreição de  Jesus Cristo

2º Mistério  – A Ascensão de Jesus Cristo

3º Mistério  – A descida do Espírito Santo

4º Mistério  – A Assunção de Nossa Senhora aos Céus

5º Mistério  – A Coroação de Nossa Senhora como Rainha do Céu  e da Terra 

Agora, ouvimos e cantamos com o Padre Zezinho a canção que é uma oração a Maria,
Maria de Nazaré, Maria me cativou
Fez mais forte a minha fé
E por filho me adotou
As vezes eu paro e fico a pensar
E sem perceber, me vejo a rezar
E meu coração se põe a cantar
Pra Vigem de Nazaré
Menina que Deus amou e escolheu
Pra mãe de Jesus, o Filho de Deus
Maria que o povo inteiro elegeu
Senhora e Mãe do Céu
Ave Maria, Ave Maria, Ave Maria, Mãe de Jesus!

Maria que eu quero bem, Maria do puro amor
Igual a você, ninguém
Mãe pura do meu Senhor
Em cada mulher que a terra criou
Um traço de Deus Maria deixou
Um sonho de Mãe Maria plantou
Pro mundo encontrar a paz
Maria que fez o Cristo falar
Maria que fez Jesus caminhar
Maria que só viveu pra seu Deus
Maria do povo meu.

4. Contemplação(Vida/ Missão)
- Qual o nosso novo olhar a partir da Palavra? 
Queremos hoje perceber melhor os anúncios de Deus e com fé e disponibilidade vamos dar nossa resposta.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 


Ir. Patricia Silva, fsp





segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Jo 2,1-11- A Mãe estava lá com Jesus - Solenidade da Senhora Aparecida, padroeira do Brasil



Exulto de alegria no Senhor e minha alma regozija-se em meu Deus; ele me vestiu com as vestes da salvação, envolveu-me com o manto da justiça e adornou-me como uma noiva com suas joias (Is 61,10).

Alegramo-nos no Senhor, que nos reúne para celebrar a solenidade da Bem-aventurada Virgem Maria da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil. Mãe sempre atenta às necessidades do povo, Maria intercede ao seu Filho em favor dos filhos e filhas necessitados do bom vinho do amor, da esperança e da alegria. Rezemos com carinho nesta Eucaristia pelas crianças e pelo nosso país.


Preparo-me para a Leitura Orante, rezando:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Espírito Santo
que procede do Pai e do Filho,
tu estás em mim, falas em mim,
rezas em mim, ages em mim.
Ensina-me a fazer espaço à tua palavra,
à tua oração,
à tua ação em mim
para que eu possa conhecer
o mistério da vontade do Pai.
Amém.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Jo 2,1-11- O casamento em Caná.
Naquele tempo, 1 houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. 2 Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. 3 Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. 4 Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isso a mim? Minha hora ainda não chegou”. 5 Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”. 6 Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. 7 Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca. 8 Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram. 9 O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água. 10 O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo o mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!” 11 Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.

Revendo o texto
Jesus, sua mãe e seus discípulos participam de uma festa de casamento no povoado de Caná, na Galileia. O casamento reúne muitas pessoas.
É neste ambiente que Jesus faz o seu primeiro milagre. Por este sinal, diz o Evangelho, os discípulos creem nele.
No Antigo Testamento, o matrimônio era símbolo do amor de Deus pela comunidade; era símbolo da união do Messias com a Igreja, como diz São Paulo: “Cristo amou a Igreja e deu a vida por ela” (Ef 5,25). O vinho é dom do amor e símbolo do Espírito. Acabar o vinho era um mal sinal. À preocupação de Maria – “O vinho acabou” -, Jesus dá uma resposta que parece uma repreensão – “Não é preciso que a senhora diga o que eu devo fazer”. Porém, passa a ideia de que não é preciso que Maria diga o que ele deve fazer. Maria acredita nele, por isso, diz aos empregados: “Façam o que ele mandar”. E assim foi feito. Os empregados, seguindo o conselho de Maria, obedecem a Jesus. Enchem os seis potes de pedra de água. Ao levar ao dirigente da festa um pouco da água destes potes, ela havia se transformado em vinho. Esta mudança da água em vinho simboliza a passagem da velha à nova economia. O vinho novo é melhor. Esta é missão de Maria: dar Jesus à humanidade e levá-la até Jesus.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
A cena de Caná ilustra ainda hoje o papel de Maria na Igreja: dar Jesus ao mundo e apresentar o mundo a Jesus. Hoje também, Maria nos diz como disse aos servos: “Façam o que ele mandar”. Quem vai a Jesus por indicação de Maria não fica decepcionado.
Em Aparecida, os bispos afirmaram: “Com os olhos postos em seus filhos e em suas necessidades, como em Caná da Galileia, Maria ajuda a manter vivas as atitudes de atenção, de serviço, de entrega e de gratuidade que devem distinguir os discípulos de seu Filho. Indica, além do mais, qual é a pedagogia para que os pobres, em cada comunidade cristã, “sintam-se como em sua casa”. Cria comunhão e educa para um estilo de vida compartilhada e solidária, em fraternidade, em atenção e acolhida do outro, especialmente se é pobre ou necessitado. Em nossas comunidades, sua forte presença tem enriquecido e seguirá enriquecendo a dimensão materna da Igreja e sua atitude acolhedora, que a converte em “casa e escola da comunhão” e em espaço espiritual que prepara para a missão (DAp 272).
É assim que assumo a Palavra de Deus? Também eu me distingo pelo “estilo de vida compartilhada e solidária, em fraternidade, em atenção e acolhida do outro, especialmente se é pobre ou necessitado”?

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo e canto  com o Pe. Zezinho, scj


1. Foi Maria de Nazaré que me ensinou
O segredo que mudou o rumo do meu coração
Eu vivia dizendo "não", e Maria me convenceu
Que pra gente se realizar, 
é preciso fazer o que Ele mandar

2. Foi Maria de Nazaré que me ensinou
O segredo que mudou o pique do meu coração
Eu vivia sem me preparar e Maria me segredou
Que pra festa não se acabar, 
é preciso fazer o que Ele mandar

3. Foi Maria de Nazaré que me ensinou
O segredo que mudou o toque do meu coração
Eu vivia sem me questionar, e Maria me sugestionou
Que pra gente se realizar, 
é preciso guardar o que Ele falou.

4. Foi Maria de Nazaré que me ensinou
O segredo que mudou o rumo do meu coração
Eu vivia dizendo "não", e Maria me convenceu
Que pra gente se realizar, 
é preciso fazer o que Ele mandar.

Foi Maria de Nazaré que me ensinou (bis)

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é como o de Maria voltado para as necessidades de meus irmãos e fixos em Jesus que é capaz de salvar a comunidade, a família, a Igreja de qualquer constrangimento, carência ou necessidade.

Bênção Bíblica
O Senhor nos abençoe e nos guarde!
O Senhor nos mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de nós!
O Senhor nos mostre seu rosto e nos conceda a paz!’ (Nm 6,24-27
Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patricia Silva, fsp

Lc 10,25-37 - O jeito de amar de Jesus

LEITURA ORANTE

"Senhor, fazei-nos instrumentos de vossa paz!"

Nosso ato de fé

Creio, meu Deus, que estou diante de Ti.
Que me vês e escutas as minhas orações.
Tu és tão grande e tão santo: eu te adoro.
Tu me deste tudo: eu te agradeço.
Foste tão ofendido por mim:
eu te peço perdão de todo o coração.
Tu és tão misericordioso:
eu te peço todas as graças
que sabes serem necessárias para mim.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Lemos atentamente o texto Lc 10,25-37

 Naquele tempo, 25 um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” 26 Jesus lhe disse: “O que está escrito na Lei? Como lês?” 27 Ele então respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!” 28 Jesus lhe disse: “Tu respondeste corretamente. Faze isso e viverás”. 29 Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?” 30 Jesus respondeu: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o quase morto. 31 Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado. 32 O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado. 33 Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão. 34 Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele. 35 No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando: ‘Toma conta dele! Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais’”. E Jesus perguntou: 36 “Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” 37 Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze a mesma coisa”.

Na parábola de Jesus, nem o sacerdote, nem o levita deram atenção e cuidados ao homem quase morto. Quem parou, teve compaixão, chegou perto, limpou-lhe os ferimentos e cuidou dele levando-o consigo para a pensão, foi o samaritano. O samaritano era discriminado pelos judeus e até detestado por eles. Na parábola de Jesus é justamente um samaritano que vive o verdadeiro amor ao próximo.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para nós, hoje? Nossas disposições são como as do samaritano?
Ou, muitas vezes somos como o sacerdote ou o levita?

Os bispos em Aparecida disseram: "A Igreja, como "comunidade de amor" é chamada a refletir a glória do amor de Deus que, é comunhão, e assim atrair as pessoas e os povos para Cristo. No exercício da unidade desejada por Jesus, os homens e mulheres de nosso tempo se sentem convocados e recorrem à formosa aventura da fé. "Que também eles vivam unidos a nós para que o mundo creia" (Jo 17,21). A Igreja cresce, não por proselitismo mas "por 'atração': como Cristo 'atrai tudo a si' com a força de seu amor" (Bento VXI, em Aparecida).A Igreja "atrai" quando vive em comunhão, pois os discípulos de Jesus serão reconhecidos se amarem uns aos outros como Ele nos amou (cf. Rm 12,4-13; Jo 13,34). (DAp 159).

E o Papa Francisco disse: 
"Estejamos certos de que a superação da globalização da indiferença (cf. Exort. Ap. Evangelii gaudium, 54) só será possível se nos dispusermos a imitar o Bom Samaritano (cf. Lc 10, 25-37). Esta Parábola nos indica três atitudes fundamentais: ver, sentir compaixão e cuidar. À semelhança de Deus, que ouve o pedido de socorro dos que sofrem (cf. Sl 34,7), devemos abrir nossos corações e nossas mentes para deixar ressoar em nós o clamor dos irmãos e irmãs necessitados de serem nutridos, vestidos, alojados, visitados (cf. Mt 25, 34-40)"
(20 de fev. 2020).

3.Oração (Vida)
O que o texto nos leva a dizer a Deus?
Rezo o Hino ao Amor,
na canção do Padre Zezinho: Hino ao amor - Pe. Zezinho, scj

Se eu desvendasse os mistérios do universo,
mas não tivesse amor;
se o dom das línguas eu tivesse em prosa e verso,
mas não tivesse amor,
seria um sino barulhento e falador!
Se eu conhecesse umas quinhentas profecias,
mas não tivesse amor;
se eu conhecesse todas as teologias,
mas não tivesse amor;
teria tudo, menos Deus a meu favor!
Amor é graça, amor é força amor é luz,
não é vaidoso, não derruba não seduz,
não sente inveja, nem orgulho nem rancor,
sabe perder mas não se sente perdedor.
Amor aplaude mas educa o vencedor
Amor perdoa mas educa o pecador,
não atrapalha não bloqueia:
faz andar, espera e crê, porque o amor sabe esperar.
Vem do passado, mas não é ultrapassado.
Tem seus limites o saber e a religião,
mas o amor aí não acaba nunca não (2x).
Agora vemos por imagens ou sinais,
mas o amor, aí, o amor é muito mais (2x).
mas o amor, aí, o amor é bom demais!
Há mil verdades do outro lado da janela,
mas o amor é a maior de todas elas!...

4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual  nosso novo olhar a partir da Palavra?
Nosso  novo olhar é iluminado pelo testemunho do Samaritano e pelas palavras dos Bispos em Aparecida:

"Bento XVI nos recorda que: "o discípulo, fundamentado assim na rocha da Palavra de Deus, sente-se motivado a levar a Boa Nova da salvação a seus irmãos. Discipulado e missão são como os dois lados de uma mesma moeda: quando o discípulo está enamorado de Cristo, não pode deixar de anunciar ao mundo que só Ele salva (cf. At 4,12). Na realidade, o discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro". Esta é a tarefa essencial da evangelização, que inclui a opção preferencial pelos pobres, a promoção humana integral e a autêntica libertação cristã." (DAp, 146)

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Irmã Patrícia Silva, fsp

sábado, 4 de outubro de 2025

Lc 17,5-10 - "Usa-me! Envia-me!" - 27º Domingo do Tempo Comum

Preparamo-nos para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação
e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que se encontram neste ambiente digital. Rezamos, em sintonia com a Santíssima Trindade.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém

Vinde Espírito Santo,
enchei os corações de vossos fiéis
e acendei neles o fogo do vosso amor.
Ave Maria...
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.

1. Leitura (Verdade) 
Vamos "conhecer"
O que diz o texto do dia? Leiamos o texto: Lc 17,5-10

Naquele tempo, 5 os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” 6 O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria. 7Se algum de vós tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: ‘Vem depressa para a mesa’? 8Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: ‘Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso, tu poderás comer e beber’? 9Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe havia mandado? 10Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’”. 

Revendo o texto
Os discípulos pedem a Jesus: "Aumente a nossa fé". O exemplo da mostarda faz entender que não se trata de aumentar quantitativamente a capacidade de crer. Trata-se de qualidade. Jesus, com o exemplo do grão de mostarda, demonstra que basta pouco para fazer coisas consideradas impossíveis. A imagem da figueira brava que pode ser arrancada "pelas raízes" e jogada no mar, revela o que pode realizar a confiança total em Deus. Já a parábola do servo desmonta toda pretensão humana que busca usar ou instrumentalizar Deus através de relacionamento em favor dos próprios "direitos" ou  interesses. É uma crítica a uma religião mercantilista, que procura negociar com Deus em favor da teologia da prosperidade e, mais recentemente, a teologia do domínio. Na verdade, "somos empregados que não valem nada". Fizemos apenas o "nosso dever".

2. Meditação (Caminho) 
 Amar e imitar Jesus 
O que o texto diz para nós, hoje? Qual palavra mais nos toca o coração?

Pensando na forte expressão “somos servos inúteis” ou na tradução que lemos “ empregado que não vale nada”, recordamos as palavras sábias e experientes do bem-aventurado Tiago Alberione, ao reler a história de Deus na sua vida. Disse ele: “Sou como um “semi-cego” (AD 202), iluminado e guiado passo a passo; uma vez mais o instrumento inadequado” (cf. AD 209). Ou noutra tradução: "somos servos quaisquer". E ainda, dizia de si, Alberione:
"Se o Senhor  tivesse encontrado uma pessoa mais indigna e incapaz, a teria preferido. Isso, contudo, é para mim e para todos a garantia que o Senhor quis e ele mandou fazer; assim como o artista toma um pincel qualquer, de poucos centavos e ignorante acerca da obra a executar, ainda que fosse um belo Divino Mestre Jesus Cristo. (AD 350)

Meditando
Os bispos na Conferência de Aparecida lembraram: "Jesus convida a nos encontrar com Ele e a que nos vinculemos estreitamente a Ele porque é a fonte da vida (cf. Jo 15,1-5) e só Ele tem palavra de vida eterna (cf. Jo 6,68). Na convivência cotidiana com Jesus e na confrontação com os seguidores de outros mestres, os discípulos logo descobrem duas coisas originais no relacionamento com Jesus. Por um lado, não foram eles que escolheram seu mestre foi Cristo quem os escolheu. E por outro lado, eles não foram convocados para algo (purificar-se, aprender a Lei...), mas para Alguém, escolhidos para se vincular intimamente a sua pessoa (cf. Mc 1,17; 2,14). Jesus os escolheu para “que estivessem com Ele e para enviá-los a pregar” (Mc 3,14), para que o seguissem com a finalidade de “ser d’Ele” e fazer parte “dos seus” e participar de sua missão. (DAp,131).
E nós nos interrogamos: Como é nosso discipulado? Temos consciência de que somos  pessoas escolhidas por Deus para seu serviço? Servimos a Deus e não a nós mesmos?
E a nossa fé, transporta montanhas? O papa Francisco na Carta Encíclica Laudato sì diz:
"A fé permite-nos interpretar o significado e a beleza misteriosa do que acontece. A liberdade humana pode prestar a sua contribuição inteligente para uma evolução positiva, como pode também acrescentar novos males, novas causas de sofrimento e verdadeiros atrasos. Isto dá lugar à apaixonante e dramática história humana, capaz de transformar-se num desabrochamento de libertação, engrandecimento, salvação e amor, ou, pelo contrário, num percurso de declínio e mútua destruição. Por isso a Igreja, com a sua ação, procura não só lembrar o dever de cuidar da natureza, mas também e «sobretudo proteger o homem da destruição de si mesmo».
Apesar disso, Deus, que deseja atuar conosco e contar com a nossa cooperação, é capaz também de tirar algo de bom dos males que praticamos, porque «o Espírito Santo possui uma inventiva infinita, própria da mente divina, que sabe prover a desfazer os nós das vicissitudes humanas mais complexas e impenetráveis».[48] De certa maneira, quis limitar-se a Si mesmo, criando um mundo necessitado de desenvolvimento, onde muitas coisas que consideramos males, perigos ou fontes de sofrimento, na realidade fazem parte das dores de parto que nos estimulam a colaborar com o Criador. Ele está presente no mais íntimo de cada coisa sem condicionar a autonomia da sua criatura, e isto dá lugar também à legítima autonomia das realidades terrenas. Esta presença divina, que garante a permanência e o desenvolvimento de cada ser, «é a continuação da ação criadora». O Espírito de Deus encheu o universo de potencialidades que permitem que, do próprio seio das coisas, possa brotar sempre algo de novo: «A natureza nada mais é do que a razão de certa arte – concretamente a arte divina – inscrita nas coisas, pela qual as próprias coisas se movem para um fim determinado.
Como se o mestre construtor de navios pudesse conceder à madeira a possibilidade de se mover a si mesma para tomar a forma da nave». (LS 79-80).

3. Oração (Vida)  
O que o texto nos leva a dizer a Deus?

Salmo 94(95)

Não fecheis o coração; ouvi vosso Deus!

Vinde, exultemos de alegria no Senhor, / aclamemos o rochedo que nos salva! / Ao seu encontro, caminhemos com louvores / e, com cantos de alegria, o celebremos! – R.

Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra, / e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! / Porque ele é o nosso Deus, nosso pastor, † e nós somos o seu povo e seu rebanho, / as ovelhas que conduz com sua mão. – R.

Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: / “Não fecheis os corações como em Meriba, / como em Massa, no deserto, aquele dia, † em que outrora vossos pais me provocaram, / apesar de terem visto as minhas obras”. – R.


Atravessar fronteiras, 
poder romper barreiras
Sem me importar com frio e fome
Para ser sua voz: 
Essa é minha missão!

Pregar a paz aos povos, 
prestar socorro aos corações
Pela palavra ou em forma de canção
Apesar das lutas que enfrentarei 
Eis-me aqui!
Envia-me!

Usa-me!
conduz as minhas mãos. 
Usa-me! 
e guia os meus pés!
E coloca em meus lábios a tua verdade
Usa-me! 
Conduz as minhas mãos. 
Usa-me!
E guia os meus pés
Pra levar a esperança além de onde a voz alcança, 
Envia-me!
Envia-me!

4.Contemplação (Vida e Missão) 
Com  Jesus,  transformar a história.
Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?
Nosso olhar deste dia será iluminado pela presença de Jesus Mestre, acolhido no nosso coração e no coração das demais pessoas. Temos nas mãos, nos pés e no coração a força que pode transformar realidades. Sejamos coerentes.

Bênção
O Senhor nos abençoe e nos guarde!
O Senhor nos mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de nós!
O Senhor nos mostre seu rosto e nos conceda a paz!' (Nm 6,24-27).
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp