LEITURA ORANTE
Iniciamos a Leitura Orante, rezando com todos que buscam a Deus:
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Jesus, Mestre,
que eu pense com a tua inteligência,
com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.
O justo medita a sabedoria e sua palavra ensina a justiça, pois traz no coração a lei de seu Deus (Sl 36,30s).
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Lemos atentamente: Mt 22,1-14, e observamos a parábola contada por Jesus sobre a festa de casamento.
Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
Naquele tempo, 1 Jesus voltou a falar em parábolas aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, 2dizendo: “O Reino dos céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu filho. 3 E mandou os seus empregados para chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram vir. 4 O rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Dizei aos convidados: já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos e tudo está pronto. Vinde para a festa!’ 5 Mas os convidados não deram a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, 6outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram. 7 O rei ficou indignado e mandou suas tropas, para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles. 8Em seguida, o rei disse aos empregados: ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados não foram dignos dela. 9Portanto, ide até as encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes’. 10 Então os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados. 11 Quando o rei entrou para ver os convidados, observou ali um homem que não estava usando traje de festa 12e perguntou-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu. 13 Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrai os pés e as mãos desse homem e jogai-o fora, na escuridão! Ali haverá choro e ranger de dentes’. 14Porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos”.
Refletindo
Esta parábola contada por Jesus nos ensina diversas coisas:
1º É um privilégio ser convidado para a festa do Reino, para a Aliança com Deus.
2º Os empregados são os apóstolos, os profetas, os discípulos e missionários.
3º Os que rejeitam o convite são os que preferem o ter, os bens materiais.
4º Os que estão pelas estradas e ruas, e são convidados, são os mendigos, pobres, os que estão à margem, fora do convívio, “tanto bons como maus”.
5º A roupa de festa exigida simboliza a conduta de acordo com o chamado, ou seja, fé e abertura de coração para a justiça. Cabe recordar que justiça é amor de Deus para todos.
6º A exclusão, expressa nas palavras “joguem fora, na escuridão. Ali ele vai chorar...” fala da consequência de quem renuncia à intimidade com Deus.
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para nós, hoje?
Os bispos da América latina, em Aparecida, disseram:
“Por assim dizer, Deus Pai sai de si, para nos chamar a participar de sua vida e de sua glória. Mediante Israel, povo que fez seu, Deus nos revela seu projeto de vida. Cada vez que Israel procurou e necessitou de seu Deus, sobretudo nas desgraças nacionais, teve uma singular experiência de comunhão com Ele, que o fazia partícipe de sua verdade, sua vida e sua santidade. Por isso, não demorou em testemunhar que seu Deus – diferentemente dos ídolos – é o “Deus vivo” (Dt 5,26) que o liberta dos opressores (cf. Ex 3,7-10), que perdoa incansavelmente (cf. Ecl 34,6; Eclo 2,11) e que restitui a salvação perdida quando o povo, envolvido “nas redes da morte” (Sl 116,3), dirige-se a Ele suplicante (Cf. Is 38,16).” (DAp 129).
Os convidados ao banquete (Mt 22,1-14) - Resposta que se dá ao convite de Deus
Comenta o Papa Francisco:
O convite tem três características: a gratuidade, a generosidade, a universalidade. Os convidados são muitos, mas verifica-se algo surpreendente: nenhum dos escolhidos aceita participar na festa, dizendo que têm outras coisas para fazer; aliás, alguns demonstram indiferença, estranheza e até incômodo. Deus é bom para conosco, oferece-nos gratuitamente a sua amizade, concede-nos gratuitamente a sua alegria, a salvação, mas muitas vezes não recebemos os seus dons, colocando em primeiro lugar as nossas preocupações materiais, os nossos interesses, e também quando o Senhor nos chama, muitas vezes parece que nos incomoda.
Alguns dos convidados até maltratam e chegam a matar os servos que comunicam o convite. Mas não obstante a falta de adesões da parte dos convidados, o plano de Deus não se interrompe. Diante da rejeição dos primeiros convidados, Ele não desanima, não suspende a festa, mas volta a propor o convite, ampliando-o para além de qualquer limite racional, e manda os seus empregados às praças e às encruzilhadas das estradas para reunir todos aqueles que encontram. Trata-se de pessoas simples, pobres, abandonadas e deserdadas, bons e maus — inclusive os maus são convidados — sem qualquer distinção. E a sala enche-se de «excluídos». Rejeitado por alguns, o Evangelho recebe o acolhimento inesperado em muitos outros corações.
A bondade de Deus não conhece confins e não discrimina ninguém: por isso, a festa dos dons do Senhor é universal para todos! A todos é oferecida a possibilidade de responder ao seu convite, ao seu chamamento; ninguém tem o direito de se sentir privilegiado, nem de reivindicar uma exclusividade. Tudo isto nos induz a vencer o hábito de nos inserirmos comodamente no centro, como faziam os chefes dos sacerdotes e os fariseus. Isto não se deve fazer; nós devemos abrir-nos às periferias, reconhecendo que até quantos estão nas margens, também aquele que é rejeitado e desprezado pela sociedade, constitui objeto da generosidade de Deus. Todos nós somos chamados a não reduzir o Reino de Deus aos confins da «igrejinha» — a nossa «igrejinha» — mas a dilatar a Igreja às dimensões do Reino de Deus. Só há uma condição: revestir-se com o hábito nupcial, ou seja, dar testemunho da caridade para com Deus e com o próximo.
“A Igreja deve ser como Deus: sempre em saída. E quando a Igreja não é em saída, adoece de muitos males. ‘Por que essas doenças na Igreja? Porque não está em saída’. É verdade que quando alguém sai corre o perigo de um acidente. Mas é melhor uma Igreja acidentada por sair, anunciar o Evangelho, do que uma Igreja doente de fechamento. Deus sempre sai, porque é Pai, porque ama. A Igreja deve fazer o mesmo: sempre em saída”.
A segunda atitude do dono da vinha na parábola evangélica, que representa Deus, é “o seu modo de recompensar os trabalhadores. Ele combina com os primeiros operários contratados pela manhã o pagamento de uma moeda. Àqueles que se juntam a seguir, ao invés, diz: ‘Eu vos pagarei o que for justo’. No final do dia, o patrão da vinha manda dar a todos a mesma recompensa, isto é, uma moeda”.
“Os que tinham trabalhado desde a manhã ficam indignados e resmungam contra o patrão, mas ele insiste: quer dar o máximo da recompensa a todos, inclusive àqueles que chegaram por último. E aqui se entende que Jesus não está falando do trabalho e do salário justo, mas do Reino de Deus e da bondade do Pai celestial”.
Com efeito, sublinhou o Pontífice, “Deus se comporta assim: não olha para o tempo e para os resultados, mas para a disponibilidade e a generosidade com a qual nos colocamos ao seu serviço." .
( Papa Francisco, 12 de outubro de 2014)
3.Oração (Vida)
O que o texto nos leva a dizer a Deus?
Rezamos, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluímos com o
Sl 104(105)
O Senhor se lembra sempre da Aliança!
1. Cantai, entoai salmos para ele, / publicai todas as suas maravilhas! / Gloriai-vos em seu nome, que é santo, / exulte o coração que busca a Deus! – R.
2. Procurai o Senhor Deus e seu poder, / buscai constantemente a sua face! / Lembrai as maravilhas que ele fez, / seus prodígios e as palavras de seus lábios! – R.
3. Descendentes de Abraão, seu servidor, / e filhos de Jacó, seu escolhido, / ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus, / vigoram suas leis em toda a terra. – R.
Podemos cantar a música:
Vocação
Padre Zezinho
Se ouvires a voz do vento
Chamando sem cessar
Se ouvires a voz do tempo
Mandando esperar
A decisão é tua
A decisão é tua
São muitos os convidados
São muitos os convidados
Quase ninguém tem tempo
Quase ninguém tem tempo
Se ouvires a voz de Deus
Chamando sem cessar
Se ouvires a voz do mundo
Querendo te enganar
A decisão é tua
A decisão é tua
São muitos os convidados
São muitos os convidados
Quase ninguém tem tempo
Quase ninguém tem tempo
O trigo já se perdeu
Cresceu, ninguém colheu
E o mundo passando fome
Passando fome de Deus
A decisão é tua
A decisão é tua
4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?
Nosso novo olhar é para perceber os convites de Deus e responder com a nossa total adesão.
Ir. Patrícia Silva, fsp