Preparamo-nos para a Leitura Orante, pensando nas muitas comunidades que, no mundo inteiro celebram a solenidade da Ascensão do Senhor! E pedimos as luzes ao Espírito Santo:
Lemos atentamente: Lc 24,43-56, e observamos pessoas, palavras, relações, lugares.
Este texto nos faz pensar que todo cristão é chamado a um encontro com Jesus, à conversão, ao discipulado, à comunhão e à missão.
O papa Francisco, para o dia de hoje, 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais, cujo tema é Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações (cf. 1 Pd 3,15-16), nos diz:
Queridos irmãos e irmãs!
"É preciso Desarmar a comunicação
Hoje em dia, com demasiada frequência, a comunicação não gera esperança, mas sim medo e desespero, preconceitos e rancores, fanatismo e até ódio. Muitas vezes, simplifica a realidade para suscitar reações instintivas; usa a palavra como uma espada; recorre mesmo a informações falsas ou habilmente distorcidas para enviar mensagens destinadas a exaltar os ânimos, a provocar e a ferir. Já várias vezes insisti na necessidade de “desarmar” a comunicação, de a purificar da agressividade. Nunca dá bom resultado reduzir a realidade a slogans. Desde os talk shows televisivos até às guerras verbais nas redes sociais, todos constatamos o risco de prevalecer o paradigma da competição, da contraposição, da vontade de dominar e possuir, da manipulação da opinião pública.
Há ainda um outro fenômeno preocupante: poderíamos designá-lo como a “dispersão programada da atenção” através de sistemas digitais que, ao traçarem o nosso perfil de acordo com as lógicas do mercado, alteram a nossa percepção da realidade. Acontece portanto que assistimos, muitas vezes impotentes, a uma espécie de atomização dos interesses, o que acaba por minar os fundamentos do nosso ser comunidade, a capacidade de trabalhar em conjunto por um bem comum, de nos ouvirmos uns aos outros, de compreendermos as razões do outro. Parece que, para a afirmação de si próprio, seja indispensável identificar um “inimigo” a quem atacar verbalmente. E quando o outro se torna um “inimigo”, quando o seu rosto e a sua dignidade são obscurecidos de modo a escarnecê-lo e ridicularizá-lo, perde-se igualmente a possibilidade de gerar esperança. Não podemos render-nos a esta lógica."
"Cada um de nós pode dizer com confiança: embora eu seja frágil o Senhor não se envergonha da minha humanidade, pelo contrário, vem habitar em mim. Ele me acompanha com seu Espírito, me ilumina e faz de mim um instrumento de amor pelos outros, para a sociedade e pelo mundo".
Senhor, tu nos chamas para sermos pontes,
a partir da nossa identidade de "Igreja em saída".
Como filhos de Deus, somos chamados a nos comunicar com todos,
sem exclusão.
Jesus Mestre, tu nos convocaste para a comunhão,
o diálogo, a solidariedade e a misericórdia.
Por isso, nosso serviço não pode expressar orgulho, dominação, competição.
Queremos ser misericordiosos, Senhor, como o Pai,
para ajudar a reduzir as adversidades da vida e
dar calor aos que têm conhecido apenas a frieza do julgamento.
Queremos amar as pessoas mais pelo que são
do que pelas suas capacidades e os nossos sucessos.
Queremos, Senhor, nos comunicar pela escuta.
Queremos escutar sendo capazes de compartilhar
caminhar lado a lado,
libertar-nos de qualquer presunção de onipotência e
colocar, humildemente, nossas próprias capacidades
e dons a serviço do bem comum.
Que o ambiente digital seja uma praça, um lugar de encontro,
onde é possível acariciar, realizar uma discussão proveitosa.
Que a misericórdia, «nos torne mais abertos ao diálogo,
para melhor nos conhecermos e compreendermos;
elimine todas as formas de fechamento e desprezo
e expulse todas as formas de violência e discriminação.
Que o poder da comunicação definido como «proximidade»,
Que o encontro entre comunicação e misericórdia, num mundo dividido, fragmentado, polarizado, gere uma proximidade que cuida, conforta, cura, acompanha e faz festa entre os filhos de Deus e irmãos. Amém.