sábado, 13 de janeiro de 2024

Mc 2,13-17 - Levi foi com Jesus

LEITURA ORANTE

Preparamo-nos para a Leitura Orante, 
fazendo uma rede de comunicação
e comunhão em torno da Palavra
 com todas as pessoas que se encontram 
neste espaço. 
Rezamos em sintonia com a Santíssima Trindade.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém
Senhor, nós te agradecemos por este dia.
Abrimos nossas portas e janelas para que tu possas
Entrar com tua luz.
Queremos que tu Senhor, definas os contornos de
Nossos caminhos,
As cores de nossas palavras e gestos,
A dimensão de nossos projetos,
O calor de nossos relacionamentos e o
Rumo de nossa vida.
Podes entrar, Senhor em nossas famílias.
Precisamos do ar puro de tua verdade.
Precisamos de tua mão libertadora para abrir
Compartimentos fechados.
Precisamos de tua beleza para amenizar
Nossa dureza.
Precisamos de tua paz para nossos conflitos.
Precisamos de teu contato para curar feridas.
Precisamos, sobretudo, Senhor, de tua presença
Para aprendermos a partilhar e abençoar!
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Lemos atentamente o Evangelho de Mc 2,13-17.

Naquele tempo, 
13Jesus saiu de novo para a beira do mar. Toda a multidão ia ao seu encontro, e Jesus os ensinava. 
14Enquanto passava, Jesus viu Levi, o filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos e disse-lhe: “Segue-me!” Levi se levantou e o seguiu. 
15E aconteceu que, estando à mesa na casa de Levi, muitos cobradores de impostos e pecadores também estavam à mesa com Jesus e seus discípulos. Com efeito, eram muitos os que o seguiam. 
16Alguns doutores da Lei, que eram fariseus, viram que Jesus estava comendo com pecadores e cobradores de impostos. Então eles perguntaram aos discípulos: “Por que ele come com os cobradores de impostos e pecadores?” 
17Tendo ouvido, Jesus respondeu-lhes: “Não são as pessoas sadias que precisam de médico, mas as doentes. Eu não vim para chamar justos, mas sim pecadores”. – Palavra da salvação.

Refletindo
Jesus não só perdoa os pecados, mas transforma o pecador. Levi, de explorador, transformou-se em discípulo e apóstolo. Sendo chamado, Levi prontamente se levanta e “foi com ele”. Poderia não ter respondido e ficado como cobrador de impostos. O chamado que Jesus faz a Levi o transfere da escravidão do dinheiro à liberdade do seguimento. Os fariseus se incomodam porque Jesus vai com seus discípulos jantar na casa de Levi. À pergunta dos fariseus, Jesus responde dizendo que são os doentes que precisam de médico, não os que têm saúde. Por isso ele vai ao encontro dos pecadores. Bem diferente daqueles que censuravam e condenavam os pecadores. Levi passa a integrar a equipe dos apóstolos de Jesus.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para nós, hoje?

Meditamos com a Igreja
Os bispos em Aparecida, falaram também dos convocados: A vocação ao discipulado missionário é con-vocação à comunhão em sua Igreja. Não há discipulado sem comunhão.” (DAp 156).

E o Papa Francisco medita conosco:
Neste texto, ele fala do encontro, da festa e do escândalo.

Antes de tudo o «encontro»: «Jesus tinha acabado de curar um paralítico e quando estava para ir embora — talvez para sair, estavam à porta os cobradores de impostos — encontrou este homem chamado Levi ou Mateus». E o Evangelho diz, precisamente, que Jesus «viu um homem chamado Mateus — e onde estava aquele homem? — sentado no banco dos impostos». Afinal Mateus «era um dos que faziam pagar os impostos ao povo de Israel, para os dar aos romanos: um traidor da pátria». A tal ponto que estes homens, acrescentou o Papa, «eram desprezados».

E Mateus, «sente que Jesus olha para ele» e segundo o Evangelho lhe diz: “segue-me”. E ele levantou-se e o seguiu». Mas «o que aconteceu?» O que convenceu Mateus a seguir o Senhor? «Trata-se da força do olhar de Jesus»  que «certamente olhou para ele com muito amor, muita misericórdia: aquele olhar de Jesus misericordioso» significava: «Segue-me, vem». E Mateus, por sua vez, tinha «um olhar desanimado, olhando de esguelha, com um olho em Deus e o outro no dinheiro, apegado ao dinheiro tal como Caravaggio o pintou: precisamente assim, agarrado e olhando de esguelha e também com um semblante carrancudo, mal-humorado».

Ao contrário, o olhar de Jesus, é «amoroso, misericordioso». Face a este olhar eis que «a resistência daquele homem que queria dinheiro — era totalmente escravo do dinheiro — cedeu». Com efeito, o Evangelho diz-nos que Mateus «se levantou e o seguiu».

Na perspectiva desta «luta entre a misericórdia e o pecado»,  é importante questionar-se: «Como entrou o amor de Jesus no coração daquele homem? Por que porta pôde entrar?». O fato é que, explica Francisco, «aquele homem sabia que era pecador: sabia que não era amado por ninguém, e até era desprezado». Precisamente «aquela consciência de ser pecador abriu a porta à misericórdia de Jesus: deixou tudo e foi embora». Eis «o encontro entre o pecador e Jesus: Todos os pecadores que encontraram Jesus tiveram a coragem de o seguir, mas se não se sentissem pecadores não o podiam seguir». Por este motivo, disse o Papa, «a primeira condição para ser salvo é sentir-se em perigo; a primeira condição para ser curado é sentir-se doente». Então, «sentir-se pecador é a primeira condição para receber este olhar de misericórdia». E mais,  «pensemos no olhar de Jesus: tão belo, tão bom, tão misericordioso, e também nós, quando rezamos, sintamos este olhar sobre nós: é o olhar do amor, o olhar da misericórdia, o olhar que nos salva» e nos sugere para «não ter medo».

Mateus «sentiu-se muito feliz e certamente, mesmo se não está no texto, convidou Jesus para almoçar em sua casa, como fizera também Zaqueu». É precisamente o momento da «festa». «Festejaram». E ele chamou os amigos que eram assim: pecadores, publicanos e certamente fizeram perguntas ao Senhor e Ele respondeu sentado à mesa naquela casa». E «isto faz-nos pensar ao que Jesus diz no capítulo 15 de Lucas: haverá mais festa no céu por um só pecador que se converte do que por cem justos que permanecem justos». Esta é, precisamente, «a festa do encontro do Pai, a festa da misericórdia; e Jesus derrama misericórdia sobre todos».

Mas enquanto o Senhor «estava sentado à mesa», eis que «se apresenta o escândalo». O Evangelho narra que «chegaram muitos publicanos e pecadores e se puseram à mesa com Jesus e com os seus discípulos». E «ao ver isto, os fariseus diziam aos seus discípulos: “Mas como?”». Porque, diz o Papa, «um escândalo começa sempre com esta frase: “Mas como?”». 
Com efeito, eis que os fariseus perguntam aos discípulos: «Por que come o vosso mestre juntamente com os publicanos e com os pecadores? O vosso mestre é um impuro, porque saudar esta gente, contagia». Para eles «é a doença, a impureza de não seguir a lei, e a lei diz que não se pode estar com eles». Aliás, são pessoas que repetem que «a lei diz, a doutrina diz...: eles conheciam bem a doutrina, sabiam-na muito bem, sabiam como se devia andar pelo caminho do reino de Deus, conheciam melhor do que ninguém como se devia fazer». Mas,  «tinham esquecido o primeiro mandamento do amor e ficaram fechados nesta gaiola dos sacrifícios: “Façamos um sacrifício a Deus, respeitemos o sábado, tudo quanto se tem que fazer e assim salvamo-nos”». Mas não,  porque «é Deus quem nos salva, é Jesus Cristo quem nos salva e estes não tinham compreendido, sentiam-se seguros, pensavam que a salvação vinha deles».

Por este motivo, perguntam aos discípulos: «mas como?»: precisamente aquele «“mas como?” que ouvimos tantas vezes dos fiéis católicos quando viam obras de misericórdia: mas como?». Ao contrário, «Jesus é claro, é muito claro: “Ide aprender”». Por isso «mandou que fossem aprender: “Ide aprender o que significa misericórdia, aquilo que eu quero, que não são sacrifícios, porque de fato eu não vim chamar os justos mas os pecadores». Portanto, afirma o Papa, «se quiseres ser chamado por Jesus, reconhece que és pecador».

É claro, «há quem possa dizer: “Padre, mas é uma graça sentir-se pecador?». Sim, porque significa «sentir a verdade». Mas «não um pecador abstrato: pecador por isto e por aquilo. Pecado concreto, pecados concretos! E todos nós temos tantos!». Então «vamos ali e deixemo-nos olhar por Jesus com aquele olhar misericordioso cheio de amor».

Portanto,  «o encontro entre a misericórdia e o pecado; a festa, porque Jesus nos disse que há festa quando um pecador se converte». 

Concluindo, o Papa repetiu a expressão evangélica: «Quero misericórdia e não sacrifícios», recordando que «a porta para encontrar Jesus é reconhecer como somos, a verdade: pecadores. E ele vem e nos encontramo-nos!».


3.Oração (Vida)
O que o texto nos leva a dizer a Deus?

Rezamos a Oração Vocacional  (Papa Francisco)

Pai de misericórdia, 
que destes o vosso Filho pela nossa salvação e 
sempre nos sustentais com os dons do vosso Espírito, 
concedei-nos comunidades cristãs vivas, 
fervorosas e felizes, 
que sejam fontes de vida fraterna e 
suscitem nos jovens o desejo de se consagrarem 
a Vós e à evangelização.
Sustentai-as no  seu compromisso 
de propor uma adequada catequese vocacional e 
caminhos de especial consagração.
Dai sabedoria para o necessário discernimento vocacional, 
de modo que, em tudo, 
resplandeça a grandeza do vosso amor misericordioso.
Maria, Mãe e educadora de Jesus, 
interceda por nossa comunidade cristã, para que, 
tornada fecunda pelo Espírito Santo, 
seja fonte de vocações autênticas 
para o serviço do povo santo de Deus.

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual nosso novo olhar a partir da Palavra? Sentimo-nos discípulo/a de Jesus.
Vamos olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vamos observar Jesus que passa onde trabalhamos, por onde caminhamos, onde moramos...

Bênção

Recebamos a bênção  do bem-aventurado Alberione:

Jesus Divino Mestre seja para ti:
a verdade que ilumina,
o caminho da santidade,
a vida plena e eterna.
Que ele te guarde e defenda.
Plenifique de todos os bens
a ti e a todos que amas.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp
https://leituraorantedapalavra.blogspot.com