"O cego olhou firme e ficou curado; aí começou a ver tudo muito bem" |
Preparamo-nos para a Leitura Orante de hoje,
que circulam pelas mídias sociais.
Agora procuramos compreender melhor o texto do Evangelho. Algumas pessoas com visão levaram o cego a Jesus. O cego assumiu sua cegueira. Deixou-se conduzir pela mão por Jesus; deixou que o levasse para fora do povoado, e cuspisse nos seus olhos, impondo-lhe as mãos. "Estou vendo as pessoas como se fossem árvores andando", disse o homem. Ele via de forma confusa. Parece que lhe faltava mais luz, nitidez. Então, Jesus impôs de novo as mãos sobre os olhos dele e ele começou a enxergar perfeitamente. A conversão de qualquer pessoa passa também por um processo - vai enxergando aos poucos. Só se converte quem se deixa conduzir por Jesus Cristo, quem se deixa tomar pelas mãos por Ele.
Disseram os bispos, em Aparecida:
"Nossa maior ameaça é “a fé que vai se desgastando e degenerando em mesquinhez” A todos nós toca “recomeçar a partir de Cristo”. (DAp 12).
"Uma atitude que nos impede de ir em frente no conhecimento de Jesus, na pertença de Jesus, é a rigidez: a rigidez do coração. Também a rigidez na interpretação da Lei. Jesus repreende os fariseus, os doutores da Lei, por causa desta rigidez (cf. Mt 23, 1-36). Isto não é fidelidade: a fidelidade é sempre um dom a Deus; a rigidez é uma segurança para mim. Lembro-me que, certa vez, entrei na paróquia e uma senhora - uma senhora bondosa - aproximou-se de mim e disse: “Padre, um conselho...” - “Diga-me...” - “Na semana passada, sábado, não ontem, no sábado passado, fomos a um casamento de família: celebrado com uma missa. Era sábado à tarde, e pensamos que com aquela missa tínhamos cumprido o preceito do domingo. Mas depois, a caminho de casa, pensei que as leituras para aquela missa não eram as de domingo. E assim percebi que estou em pecado mortal, porque no domingo não fui à missa, dado tinha ido no sábado, mas a uma missa que não era verdadeira, porque as leituras não eram verdadeiras”. Esta rigidez... E aquela senhora pertencia a um movimento eclesial... Rigidez. Isto afasta-nos da sabedoria de Jesus; tira a liberdade. Muitos pastores fazem crescer esta rigidez na alma dos fiéis, e esta rigidez não nos deixa entrar pela porta de Jesus (cf. Jo 10, 7). Será mais importante observar a lei tal como está escrita, ou como eu a interpreto, que é a liberdade de ir em frente seguindo Jesus?
Outra atitude que não nos deixa ir em frente no conhecimento de Jesus é a preguiça. Aquele cansaço... pensemos naquele homem na piscina: 38 anos ali (cf. Jo 5, 1-9). Preguiça. Tira-nos a vontade de continuar e tudo se resume em “sim, mas... não, agora não, mas...”, isto leva-nos à tibieza, torna-nos tíbios. A preguiça... é outra atitude que nos impede de continuar.
Outra atitude que já é suficientemente negativa é a clericalista. O clericalista coloca-se no lugar de Jesus, dizendo: “Não, isto deve ser assim e assado...” - “Mas, o Mestre...” - “Deixa o Mestre em paz. Isto é assim e assado, se não fizeres isto assim, não podes entrar”. Um clericalismo que tira a liberdade de fé dos crentes. É uma doença terrível na Igreja: a atitude clericalista.
Depois, outra atitude que nos impede de ir em frente, de entrar para conhecer Jesus e confessar Jesus, é o espírito mundano. Quando a observância da fé, a prática da fé acaba na mundanidade. E tudo é mundano. Pensemos na celebração de alguns sacramentos em certas paróquias: quanta mundanidade existe! E a graça da presença de Jesus não é bem compreendida". ( HOMILIA DO PAPA FRANCISCO, “Atitudes que impedem de conhecer Cristo”, Terça-feira, 5 de maio de 2020).
eu quero crer em Ti.
sem reserva;
na minha maneira de julgar
as coisas divinas e
as coisas humanas.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.