sexta-feira, 27 de junho de 2025

Lc 15,3-7 Uma ovelhinha se extraviou.- Sagrado Coração de Jesus -

LEITURA ORANTE

Preparamo-nos para a Leitura Orante, invocando a Santíssima Trindade:
Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.
Rezamos uma breve oração de Santo Agostinho:
Senhor, olha para mim para que eu ame a ti.
Chama-me para que eu veja a ti,
e eternamente me alegre em ti. Amém.

1. Leitura (Verdade
- O que a Palavra diz?
Tomamos um primeiro contato com a Palavra de hoje, lendo Lc 15,1-3.11-32.

Então Jesus contou esta parábola:
- Se algum de vocês tem cem ovelhas e perde uma, por acaso não vai procurá-la? Assim, deixa no campo as outras noventa e nove e vai procurar a ovelha perdida até achá-la. Quando a encontra, fica muito contente e volta com ela nos ombros. Chegando à sua casa, chama os amigos e vizinhos e diz: "Alegrem-se comigo porque achei a minha ovelha perdida."
- Pois eu lhes digo que assim também vai haver mais alegria no céu por um pecador que se arrepende dos seus pecados do que por noventa e nove pessoas boas que não precisam se arrepender.

Refletindo
A parábola da ovelhinha perdida é uma das parábolas da misericórdia. Nas três parábolas – da ovelha perdida, da moeda perdida e do filho perdido – predomina um sentimento: alegria. Jesus fala aos coletores de impostos e aos pecadores. E também aos fariseus Deus, na parábola de hoje, toma a imagem do Pastor que tudo faz pela ovelhinha que se perdeu. A ponto de deixar as outras 99 no campo. Quando encontra a que se perdeu “fica contente” e a coloca sobre os ombros. Esta atitude lembra os pais que colocam seus filhos pequenos nos ombros para que enxerguem mais que eles próprios e, em segurança. A alegria do Pastor é imensa, comunicativa, incontida, transbordante, pois chega a chamar os vizinhos para partilhar com eles a alegria. E Jesus termina a parábola dizendo que há mais alegria, mais festa no céu por um pecador que se arrepende, do que por 99 pessoas que não precisam se arrepender.

2. Meditação(Caminho)
- O que a Palavra diz para nós?
A parábola da ovelha perdida é um pouco a história de cada um de nós, em algum momento da nossa vida. Quem não se sentiu alguma vez perdido, só, distante de Deus e em perigo? 

Meditando
Em Aparecida, os bispos falaram da alegria deste encontro com Jesus Cristo, Pastor: “Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com Jesus Cristo, a quem reconhecemos como o Filho de Deus encarnado e redentor, chegue a todos os homens e mulheres feridos pelas adversidades; desejamos que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de Jesus Cristo vencedor do pecado e da morte, chegue a todos quantos jazem à beira do caminho, pedindo esmola e compaixão (cf. Lc 10,29-37; 18,25-43). A alegria do discípulo é antídoto frente a um mundo atemorizado pelo futuro e agoniado pela violência e pelo ódio. A alegria do discípulo não é um sentimento de bem-estar egoísta, mas uma certeza que brota da fé, que serena o coração e capacita para anunciar a boa nova do amor de Deus. Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria.” (DAp 29).

O Papa Francisco falou da ovelha perdida:
"Todos nós conhecemos a imagem do Bom Pastor, que carrega sobre os ombros a ovelha tresmalhada. Este ícone representa sempre a solicitude de Jesus pelos pecadores e a misericórdia de Deus que não se resigna a perder alguém. A parábola é narrada por Jesus, para levar a compreender que a sua proximidade em relação aos pecadores não deve escandalizar mas, ao contrário, suscitar em todos uma séria reflexão sobre o nosso modo de viver a fé. A narração vê, por um lado, os pecadores que se aproximam de Jesus para o ouvir e, por outro, os doutores da lei, os escribas desconfiados, que se afastam dele por causa deste comportamento. Afastam-se porque Jesus se aproxima dos pecadores. Eles eram orgulhosos, soberbos, julgavam-se justos.

A parábola move-se em volta de três personagens: o pastor, a ovelha tresmalhada e o resto do rebanho. No entanto, quem age é unicamente o pastor, não as ovelhas. Portanto, o pastor é o único verdadeiro protagonista e tudo depende dele... Na visão de Jesus, não existem ovelhas perdidas definitivamente, mas só ovelhas que devem ser encontradas. Devemos compreender bem isto: para Deus ninguém está definitivamente perdido. Nunca! Deus procura-nos até ao último instante...Todos nós somos ovelhas reencontradas e reunidas pela misericórdia do Senhor, chamados a congregar juntamente com Ele o rebanho inteiro!" (4 de maio de 2016)


3. Oração (Vida)
O que a Palavra me leva a dizer a Deus?



4. Contemplação(Vida/ Missão)
- Qual o nosso novo olhar a partir da Palavra?
Vamos olhar o mundo, hoje, com o olhar amoroso do Pastor, sempre pronto a acolher a ovelhinha que se extraviou.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp


quinta-feira, 26 de junho de 2025

Mt 7,21-29 - Casa sobre a rocha ou sobre a areia?

LEITURA ORANTE

O homem sábio construiu a sua casa na rocha.

Preparamo-nos para a Leitura Orante, 
rezando com todos os que se encontram neste espaço de oração:


Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo. 
Trindade Santíssima 
- Pai, Filho, Espírito Santo - 
presente e agindo na Igreja 
e na profundidade do meu ser. 
Eu vos adoro, amo e agradeço.

1.Leitura (Verdade)
Lemos atentamente, na Bíblia, o texto Mt 7,21-29:

Não é toda pessoa que me chama de "Senhor, Senhor" que entrará no Reino do Céu, mas somente quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu. Quando aquele dia chegar, muitas pessoas vão me dizer: "Senhor, Senhor, pelo poder do seu nome anunciamos a mensagem de Deus e pelo seu nome expulsamos demônios e fizemos muitos milagres!" Então eu direi claramente a essas pessoas: "Eu nunca conheci vocês! Afastem-se de mim, vocês que só fazem o mal!"
- Quem ouve esses meus ensinamentos e vive de acordo com eles é como um homem sábio que construiu a sua casa na rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, e o vento soprou com força contra aquela casa. Porém ela não caiu porque havia sido construída na rocha.
- Quem ouve esses meus ensinamentos e não vive de acordo com eles é como um homem sem juízo que construiu a sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, e o vento soprou com força contra aquela casa. Ela caiu e ficou totalmente destruída. Quando Jesus acabou de falar, as multidões estavam admiradas com a sua maneira de ensinar. Ele não era como os mestres da Lei; pelo contrário, ensinava com a autoridade dele mesmo.

Refletindo
Construir a casa significa ouvir a Palavra de Deus.
 Nos dois casos, as pessoas "ouviram a Palavra".
A diferença está em que um "vive de acordo com os ensinamentos" e outro, não.
Os símbolos rocha e areia correspondem à prática ou não da Palavra.
A chuva, as enchentes e o vento forte representam as dificuldades da vida,
que querem nos derrubar e destruir o Projeto de Deus.
Já a casa construída sobre a rocha, vence todos os obstáculos, ouve a Palavra e a vive,  e vence todos os obstáculos que o afasta dela.

2. Meditação (Caminho)

O que o texto diz para nós, hoje?
Verificamos se ouvimos a Palavra e a praticamos, ou se, simplesmente, a ouvimos. Construímos sobre a rocha ou sobre a areia?

Meditando
Os bispos, em Aparecida, disseram: "Ser discípulo é dom destinado a crescer. A iniciação cristã dá a possibilidade de uma aprendizagem gradual no conhecimento, no amor e no seguimento de Cristo. Dessa forma, ela forja a identidade cristã com as convicções fundamentais e acompanha a busca do sentido da vida. É necessário assumir a dinâmica catequética da iniciação cristã. Uma comunidade que assume a iniciação cristã renova sua vida comunitária e desperta seu caráter missionário. Isso requer novas atitudes pastorais por parte dos bispos, presbíteros, diáconos, pessoas consagradas e agentes de pastoral.
Como características do discípulo, indicadas pela iniciação cristã, destacamos: que ele tenha como centro a pessoa de Jesus Cristo, nosso Salvador e plenitude de nossa humanidade, fonte de toda maturidade humana e cristã; que tenha espírito de oração, seja amante da Palavra, pratique a confissão frequente e participe da Eucaristia; que se insira cordialmente na comunidade eclesial e social, seja solidário no amor e fervoroso missionário
."(DAp 291, 292).

Papa Francisco falou  do cristão "SOBRE A ROCHA e SOBRE A AREIA"
"A Igreja «fala da força do cristão e da sua fragilidade; de rocha e de areia». Com efeito, «o cristão é forte não só quando diz que o é, mas quando leva uma vida cristã e pratica a doutrina cristã, as palavras de Deus, os mandamentos e as bem-aventuranças». O ponto central é «pôr em prática». Mas existem «cristãos só de aparência, que se pintam de cristãos e na hora da prova só mostram a maquiagem». E «nós sabemos o que acontece quando uma mulher maquiada anda pela rua, começa a chover e ela não tem um guarda-chuva: tudo desaparece». Eis a tentação da maquiagem. Não basta dizer «Senhor, eu sou cristão» para o ser verdadeiramente. Ele diz: não é suficiente repetir «Senhor, Senhor!» para entrar no Reino. É preciso cumprir «a vontade do Pai» e «praticar a Palavra». Eis a diferença entre o cristão «de vida» e o «de aparência». ( Papa Francisco, 4 de dezembro de 2014).

3.Oração (Vida)

O que o rezamos agora?
Rezamos a Trezena de São Paulo  do dia 26


4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?
Nosso novo olhar é atento aos ensinamentos de Jesus e para vivê-los no dia-a-dia, em comunhão.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.


Irmã Patrícia Silva, fsp



quarta-feira, 25 de junho de 2025

Mt 7,15-20 -Árvore boa dá bons frutos


LEITURA ORANTE


Preparamo-nos para a Leitura Orante, 
rezando com todos os que se encontram neste espaço de oração:

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
 “É necessário aprender a orar, voltando sempre a aprender esta arte dos lábios do Mestre”.[Sínodo da Palavra].
Lemos atentamente o texto: Mt 7,15-20, e observamos as palavras de Jesus.

- Cuidado com os falsos profetas! Eles chegam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos selvagens. Vocês os conhecerão pelo que eles fazem. Os espinheiros não dão uvas, e os pés de urtiga não dão figos. Assim, toda árvore boa dá frutas boas, e a árvore que não presta dá frutas ruins. A árvore boa não pode dar frutas ruins, e a árvore que não presta não pode dar frutas boas. Toda árvore que não dá frutas boas é cortada e jogada no fogo. Portanto, vocês conhecerão os falsos profetas pelas coisas que eles fazem.
Refletindo
Na Bíblia, na história da salvação, os falsos profetas sempre foram um desafio aos fiéis. Elogiam e não denunciam, prometem falsamente a paz: são lobos vestidos de cordeiros. Quanto aos frutos das árvores, também são amplamente citados para se concluir como é feito o anúncio da Palavra: “vocês os conhecerão pelos frutos”. A árvore boa não dá frutos ruins, os espinheiros não dão uvas.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para nós, hoje?
Podemos verificar se ouvimos a Palavra e a praticamos, ou se simplesmente a ouvimos..

Meditando
De Aparecida nos vem a orientação dos bispos: “Jesus nos transmitiu as palavras de seu Pai e é o Espírito que recorda à Igreja as palavras de Cristo (cf. Jo 14,26). Desde o princípio, os discípulos haviam sido formados por Jesus no Espírito Santo (cf. At 1,2) que é, na Igreja, o Mestre interior que conduz ao conhecimento da verdade total formando discípulos e missionários. Esta é a razão pela qual os seguidores de Jesus devem se deixar guiar constantemente pelo Espírito (cf. Gl 5,25), e tornar a paixão pelo Pai e pelo Reino sua própria paixão: anunciar a Boa Nova aos pobres, curar os enfermos, consolar os tristes, libertar os cativos e anunciar a todos o ano da graça do Senhor (cf. Lc 4,18-19).” (DAp 152).
O Espírito nos anima e nos conduz à verdade. Assim somos tomados pela paixão do Reino: o anúncio da Boa Nova.

Para o Papa Francisco, o cristão produz bons frutos da seguinte forma:
"A Igreja deverá iniciar os seus membros – sacerdotes, religiosos e leigos – nesta «arte do acompanhamento», para que todos aprendam a descalçar sempre as sandálias diante da terra sagrada do outro (cf Ex 3,5). Devemos dar ao nosso caminhar o ritmo salutar da proximidade, com um olhar respeitoso e cheio de compaixão, mas que ao mesmo tempo cure, liberte e anime a amadurecer na vida cristã. […]"  ( Evangelii gaudium 169).

3.Oração (Vida)
Rezamos com São Paulo Apóstolo que celebramos no dia 30 de junho):

Trezena a São Paulo (como 13 são suas Cartas)

Preparando-nos para a Solenidade de São Pedro e São Paulo, 
façamos a Trezena  a São Paulo, acessando


Pai nosso...

Oremos: Concedei-nos, Senhor,  ser invadidos/as 
pela mesma luz da fé que iluminou o apóstolo São Paulo 
para anunciar aos povos o vosso amor e a vossa glória.
E que a graça  e a paz do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do
Espírito Santo estejam com todos nós” (2Cor 13,11-13).  Amém.
                                                                             
Canto: Eu sei, eu sei, eu sei em quem acreditei. Eu sei, eu sei em quem acreditei.

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?
Nosso novo olhar é atento aos ensinamentos de Jesus, à sua verdade e aos frutos que devemos produzir hoje.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp


terça-feira, 24 de junho de 2025

Lc 1,57-66.80 - Nascimento de João Batista

LEITURA ORANTE


Preparamo-nos para a Leitura Orante, rezando, 
com todos que se encontram neste espaço:

Creio, meu Deus, que estou diante de ti. 
Que me vês e escutas as minhas orações. 
Tu és tão grande e tão santo: eu te adoro. 
Tu me deste tudo: eu te agradeço. 
Foste tão ofendido por mim: 
eu te peço perdão de todo o coração. 
Tu és tão misericordioso: eu te peço todas as graças 
que sabes serem necessárias para mim.


1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Lemos atentamente, na Bíblia, Lc 1,57-66.80, e observamos pessoas, palavras, relações, lugares.

 57 Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58 Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel e alegraram-se com ela. 59 No oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60 A mãe, porém, disse: “Não! Ele vai chamar-se João”. 61 Os outros disseram: “Não existe nenhum parente teu com esse nome!” 62 Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. 63 Zacarias pediu uma tabuinha e escreveu: “João é o seu nome”. 64 No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou e ele começou a louvar a Deus. 65 Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Judeia. 66 E todos os que ouviam a notícia ficavam pensando: “O que virá a ser este menino?” De fato, a mão do Senhor estava com ele. 

Compreendendo o texto
São João Batista, primo de Jesus, é o único santo que tem duas festas no calendário litúrgico. Hoje celebramos seu nascimento e, no dia 29 de agosto, o seu martírio.
Zacarias, que estivera mudo desde o anúncio do nascimento de seu filho, começou a falar, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. João Batista recebeu de Deus a vocação de profeta e sua primeira profecia foi, abrir a boca do pai Zacarias. O profeta fala de Deus e faz com que os outros também falem.
A fogueira das festas juninas nos lembra o nascimento de João Batista que anunciou Jesus, "Luz que ilumina as nações".

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para nós, hoje?
Pela graça do Batismo cada um de nós é profeta. Todos os batizados têm a missão de abrir a boca como Zacarias, como João Batista para apontar o Messias, Jesus Cristo. Esta é também a minha missão. 

Meditando
Os bispos na V Conferência, em Aparecida, disseram: "Nós, como discípulos e missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o Evangelho, que é o próprio Cristo. Anunciamos a nossos povos que Deus nos ama, que sua existência não é uma ameaça para o homem, que Ele está perto com o poder salvador e libertador de seu Reino, que Ele nos acompanha na tribulação, que alenta incessantemente nossa esperança em meio a todas as provas. Os cristãos são portadores de boas novas para a humanidade, não profetas de desventuras." (DAp 30).
Somos, portanto, profetas de boas novas.

O Papa Francisco fala de João Batista
Eventos extraordinários
"A vocação profética de São João Batista é circundada, desde o seio materno, de eventos extraordinários, em preparação ao nascimento de Jesus. O evangelho de Lucas (1,39-45) narra que a sua mãe Isabel, enquanto estava grávida, recebeu a visita da sua prima Maria, que também estava grávida de Jesus, e que João exultou de alegria no seio materno ao ouvir a voz de Maria."

"Isabel era estéril e idosa. O Arcanjo Gabriel anunciou ao seu esposo Zacarias, o nascimento de um filho: “Não temas Zacarias – disse-lhe – a tua oração foi ouvida e tua mulher, Isabel, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João. E terás prazer e alegria e muitos se alegrarão no seu nascimento, porque será grande diante do Senhor”.

3.Oração (Vida)
O que o texto nos leva a dizer a Deus?

Cântico de Zacarias

Louvado seja o Senhor, o Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo. 
Ele promoveu poderosa salvação para nós, na linhagem do seu servo Davi, 
como falara pelos seus santos profetas, na antiguidade, 
salvando-nos dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam, 
para mostrar sua misericórdia aos nossos antepassados 
e lembrar sua santa aliança, 
o juramento que fez ao nosso pai Abraão: 
resgatar-nos da mão dos nossos inimigos para o servirmos sem medo, 
em santidade e justiça, diante dele todos os nossos dias. 
E você, menino, será chamado profeta do Altíssimo, 
pois irá adiante do Senhor, para lhe preparar o caminho, 
para dar ao seu povo o conhecimento da salvação, 
mediante o perdão dos seus pecados, 
por causa das ternas misericórdias de nosso Deus, 
pelas quais do alto nos visitará o sol nascente, 
para brilhar sobre aqueles que estão vivendo 
nas trevas e na sombra da morte, 
e guiar nossos pés no caminho da paz”

4.Contemplação (Vida e Missão)
 Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?
Nosso novo olhar é iluminado pelo testemunho de João Batista e pelas palavras dos Bispos em Aparecida:
"Bento XVI nos recorda que: "o discípulo, fundamentado assim na rocha da Palavra de Deus, sente-se motivado a levar a Boa Nova da salvação a seus irmãos. Discipulado e missão são como os dois lados de uma mesma moeda: quando o discípulo está enamorado de Cristo, não pode deixar de anunciar ao mundo que só Ele salva (cf. At 4,12)." (DAp 146).

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.


Irmã Patrícia Silva, fsp



 

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Mt 16,13-19 - Nasce a Igreja! Unidade e Profecia - Dia do Papa - 29 de junho de 2025

LEITURA ORANTE


Preparamo-nos para a Leitura Orante, 
Vatican news

hoje, Dia de São Pedro e São Paulo, rezando:

Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.
Divino Espírito Santo,
amor eterno do Pai e do Filho,
eu vos adoro, louvo e amo!
Peço-vos perdão por todas as vezes que vos ofendi
em mim e no meu próximo.
Vinde, com a plenitude de vossos dons,
nas ordenações, nas consagrações e nas crismas!
Iluminai, santificai, aumentai o zelo apostólico!
Espírito de verdade,
consagro-vos a minha inteligência,
imaginação e memória.
Iluminai-me!
Dai-me conhecer Jesus Cristo Mestre.
Revelai-me o sentido profundo do Evangelho
e de tudo o que ensina a santa Igreja.
(Bem-aventurado Tiago Alberione)
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Lemos, atentamente, Mt 16,13-19, observando o testemunho de fé de Pedro.

Jesus foi para a região que fica perto da cidade de Cesareia de Filipe. Ali perguntou aos discípulos:
- Quem o povo diz que o Filho do Homem é?
Eles responderam:
- Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum outro profeta.
- E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? - perguntou Jesus.
Simão Pedro respondeu:
- O senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo.
Jesus afirmou:
- Simão, filho de João, você é feliz porque esta verdade não foi revelada a você por nenhum ser humano, mas veio diretamente do meu Pai, que está no céu. Portanto, eu lhe digo: você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e nem a morte poderá vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu; o que você proibir na terra será proibido no céu, e o que permitir na terra será permitido no céu.


Refletindo
O Evangelho descreve o momento em que Jesus conferiu a Pedro o primado na Igreja: “Você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e nem a morte poderá vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu; o que você proibir na terra será proibido no céu, e o que permitir na terra será permitido no céu”. Desde então, a sucessão a Pedro nunca se interrompeu. Francisco é o 267º (Ducentésimo, sexagésimo sétimo) sucessor de Pedro. Por isso, hoje, é também o Dia do Papa.
Com São Pedro, celebramos a outra "coluna" da Igreja, São Paulo Apóstolo, que foi o grande comunicador do Evangelho. Disse São Paulo, na segunda carta a Timóteo: "O Senhor esteve ao meu lado e me deu forças. Ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações" (2Tm 4,17).

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para nós, hoje?
Meditando

O Papa Francisco nos ajudou a refletir nesta Solenidade. Disse ele:
"Na festa dos dois Apóstolos, gostaria de partilhar convosco duas palavras-chave: unidade e profecia.

Unidade. Celebramos conjuntamente duas figuras muito diferentes: Pedro era um pescador que passava os dias entre os remos e as redes; Paulo, um fariseu culto, que ensinava nas sinagogas. Quando saíram em missão, Pedro dirigiu-se aos judeus; Paulo, aos pagãos. E, quando se cruzaram os seus caminhos, discutiram animadamente, como Paulo não tem vergonha de contar numa carta (cf. Gl 2, 11-14). Enfim, eram duas pessoas muito diferentes, mas sentiam-se irmãos, como numa família unida onde muitas vezes se discute mas sem deixar de se amarem. Contudo a familiaridade, que os unia, não provinha de inclinações naturais, mas do Senhor. Ele não nos mandou agradar, mas amar. É Ele que nos une, sem nos uniformizar. Nos une nas diferenças.

A profecia nasce quando nos deixamos provocar por Deus: não quando gerimos a própria tranquilidade, mantendo tudo sob controle. Não nasce de meus pensamentos, não nasce de meu coração coração. Nasce se nós nos deixamos provocar por Deus. Quando o Evangelho inverte as certezas, brota a profecia. Só quem se abre às surpresas de Deus é que se torna profeta. Vemo-lo em Pedro e Paulo, profetas que enxergam mais além: Pedro é o primeiro a proclamar que Jesus é «o Messias, o Filho de Deus vivo» (Mt 16, 16); Paulo antecipa a conclusão da sua vida: «Já me aguarda a merecida coroa, que me entregará, naquele dia, o Senhor» (2 Tm 4, 8)"   (Solenidade de São Pedro e São Paulo, 2020).

3.Oração (Vida)
O que o texto nos leva a dizer a Deus? 
Pensando em nossa Igreja e nas necessidades que tem, rezamos:
Pai nosso....

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Meu novo olhar a partir da Palavra é iluminado também pelo pensamento do papa Bento XVI, sobre todas as pessoas, em especial as mais carentes, que precisam sentir a proximidade da Igreja. Disse ele aos Bispos em Aparecida: “O povo pobre das periferias urbanas ou do campo necessitam sentir a proximidade da Igreja, seja no socorro de suas necessidades mais urgentes, como também na defesa de seus direitos e na promoção de uma sociedade fundamentada na justiça e na paz. Os pobres são os destinatários privilegiados do Evangelho . (DAp 550).

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Em nome do Pai, .....

Ir. Patrícia Silva, fsp

Mt 6,24-34 - "O Pai cuida... confie!"

LEITURA ORANTE

Preparamo-nos para a Leitura Orante, rezando:
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
O amor e a paz de Deus nosso Pai,
que em Cristo nos libertou para que permanecêssemos livres,
estejam com todos nós
e nos mantenham firmes no evangelho de Jesus.
Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Lemos atentamente o texto: Mt 6,24-34, e observamos as recomendações de Jesus.
- Um escravo não pode servir a dois donos ao mesmo tempo, pois vai rejeitar um e preferir o outro; ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e também servir ao dinheiro.
- Por isso eu digo a vocês: não se preocupem com a comida e com a bebida que precisam para viver nem com a roupa que precisam para se vestir. Afinal, será que a vida não é mais importante do que a comida? E será que o corpo não é mais importante do que as roupas? Vejam os passarinhos que voam pelo céu: eles não semeiam, não colhem, nem guardam comida em depósitos. No entanto, o Pai de vocês, que está no céu, dá de comer a eles. Será que vocês não valem muito mais do que os passarinhos? E nenhum de vocês pode encompridar a sua vida, por mais que se preocupe com isso.
- E por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem as flores do campo: elas não trabalham, nem fazem roupas para si mesmas. Mas eu afirmo a vocês que nem mesmo Salomão, sendo tão rico, usava roupas tão bonitas como essas flores. É Deus quem veste a erva do campo, que hoje dá flor e amanhã desaparece, queimada no forno. Então é claro que ele vestirá também vocês, que têm uma fé tão pequena! Portanto, não fiquem preocupados, perguntando: "Onde é que vamos arranjar comida?" ou "Onde é que vamos arranjar bebida?" ou "Onde é que vamos arranjar roupas?" Pois os pagãos é que estão sempre procurando essas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de tudo isso. Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas. Por isso, não fiquem preocupados com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã trará as suas próprias preocupações. Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades.

Refletindo
Jesus recomenda a confiança em Deus e a busca dos valores do Reino. Jesus nos ensina a sermos contemplativos na observação da natureza: as flores do campo, os passarinhos. Recomenda também a confiança em Deus para que cesse a preocupação com o alimento, o vestuário. E chega a dizer que este tipo de preocupação é de pessoas pagãs e não, de quem acredita no Pai. No final, recomenda uma ordem de valores que tem como prioridade o Reino de Deus.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para nós, hoje?
Quais são os valores que ocupam o primeiro lugar na minha vida? Como ajudamos na construção do Reino de Deus?

Meditando
Em Aparecida, na V Conferência, os bispos disseram que a alegria que se recebe no encontro com Cristo deve ser comunicada a todos: "Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com Jesus Cristo, a quem reconhecemos como o Filho de Deus encarnado e redentor, chegue a todos os homens e mulheres feridos pelas adversidades; desejamos que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de Jesus Cristo vencedor do pecado e da morte, chegue a todos quantos jazem à beira do caminho, pedindo esmola e compaixão (cf. Lc 10,29-37; 18,25-43). A alegria do discípulo é antídoto frente a um mundo atemorizado pelo futuro e agoniado pela violência e pelo ódio. A alegria do discípulo não é um sentimento de bem-estar egoísta, mas uma certeza que brota da fé, que serena o coração e capacita para anunciar a boa nova do amor de Deus. Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria." (DAp 32).

3.Oração (Vida)
O que o texto nos  leva a dizer a Deus?

TREZENA A SÃO PAULO (como 13 são suas Cartas)

Trezena de São Paulo - dia 21 - Acesse: Trezena a São Paulo


 

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual nosso novo olhar, a partir da Palavra?
Nosso novo olhar é de confiança em Deus.
Vamos lembrar muitas vezes o convite de Jesus: 
"Olhe os passarinhos do céu... olhe as flores... O Pai cuida".

Bênção
A bênção do Deus de Sara, Abraão e Agar,
a bênção do Filho, nascido de Maria,
a bênção do Espírito Santo de amor,
que cuida com carinho,
qual mãe cuida da gente,
esteja sobre todos nós. Amém!
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Ir. Patricia Silva,fsp

sábado, 21 de junho de 2025

Lc 9,18-24 – Quem é Jesus para você? - 12º Domingo do Tempo Comum - 22 de junho



- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Preparamo-nos para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles",
ficai conosco,
aqui reunidos (pela grande rede da internet),
para melhor meditar
e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida:
transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Lemos atentamente o texto: Lc 9,18-24, e observamos pessoas, palavras, relações, lugares.
Certa vez Jesus estava sozinho, orando, e os discípulos chegaram perto dele. Então ele perguntou:
- Quem o povo diz que eu sou?
Eles responderam:
- Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é um dos profetas antigos que ressuscitou.
- E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? - perguntou Jesus.
Pedro respondeu:
- O Messias que Deus enviou.
Então Jesus proibiu os discípulos de contarem isso a qualquer pessoa. E continuou:
- O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado.
Refletindo
Quando Jesus pergunta sobre sua identidade, devido à convivência com Ele, os discípulos já têm uma ideia formada. Ouviram tanta coisa, viram muitas outras, sentiram a presença do Mestre, conviveram com ele, pode-se dizer: “fizeram a experiência de Deus” . Não há mais dúvida. Pedro fala em nome de todos com sua forte expressão de fé: “És o Messias!” A partir disso, Jesus se faz mais íntimo: fala de seu futuro sofrimento, de sua morte e ressurreição.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para nós, hoje?
A fé em Jesus Cristo que vivemos é para ser comunicada. 
Meditando
Como dizem os bispos da América Latina:
“Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com Jesus Cristo, a quem reconhecemos como o Filho de Deus encarnado e redentor, chegue a todos os homens e mulheres feridos pelas adversidades; desejamos que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de Jesus Cristo vencedor do pecado e da morte, chegue a todos quantos jazem à beira do caminho, pedindo esmola e compaixão (cf. Lc 10,29-37; 18,25-43). (DAp 32).

3.Oração (Vida)
O que o texto nos leva a dizer a Deus?
Para o Padre Zezinho, scj, Jesus é Luz. Ouçamos e cantemos com ele:

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?
Vamos olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vamos buscar ver Jesus nas pessoas como Ele se apresenta: Luz, Paz, Vida, Ressurreição, Pastor....

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp



/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

Texto para ajudar a refletir sobre "seguimento de Jesus"
 Texto do Pe. Adroaldo Palaoro, sj 


“...quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará” (Lc 9,24)

Depois do percurso quaresmal e pascal, a liturgia nos situa novamente no chamado “Tempo Comum”; trata-se de um percurso contemplativo que nos convoca a fazer caminho com Jesus, realizando sua missão e preparando a comunidade dos seus seguidores. Tendo os olhos fixos n’Ele, viveremos uma longa aprendizagem, deixando que o Mestre da Galileia faça emergir o que é mais nobre e humano de nosso interior. Tempo de seguimento e identificação com Aquele que foi “humano” na sua radicalidade.

No evangelho deste domingo, Jesus deixa claro, para todos nós, o preço do seguimento. Responder à pergunta – “quem dizeis que eu sou? – implica identificação com seu modo de ser e viver. Sua proposta de vida, sua liberdade diante das leis e tradições, seu compromisso com os últimos, sua relação com o Pai... vão provocar conflitos com aqueles que estão “petrificados” em seu modo de viver. E aqueles(as) que se identificam com Ele também vão encontrar oposições, incompreensão e perseguições.

Por isso, ao convidar seus discípulos e discípulas a segui-lo, foi taxativo: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz cada dia, e siga-me”

Que significa “renunciar a si mesmo” - “tomar a cruz de cada dia”? Será que ele veio “complicar” nossa vida com mais peso, mortificação, sofrimento...? Esta afirmação de Jesus parece estar em contradição com outra afirmação encontrada em Mateus: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso”. “Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11,28-30).

Na vida e missão de Jesus encontramos duas grandes paixões: a primeira, é a paixão pela vida, pelo Reino, pelo compromisso em favor dos mais pobres e excluídos. Em sintonia com o Pai, esta paixão é expressão de uma opção, assumida fielmente por Jesus até o fim.

A segunda paixão é a da “cruz”, imposta pelos poderes religiosos e civis. É a cruz patíbulo, instrumento de tortura, imposta pelos romanos àqueles que ousavam contrariar seu domínio. Ela não é fruto da opção de Jesus e nem do plano do Pai. É a visibilização da violência, do ódio, do fechamento frente à proposta de vida revelada por Jesus.

No grego, “cruz” é “staurós” e significa: prontidão, estar preparado, mobilizado, firme, sólido, estar de pé, ser fiel até o fim...

Jesus não buscou a cruz do sofrimento, o patíbulo, a morte violenta... Ele buscou o “staurós”, ou seja, a cruz da fidelidade, da vida comprometida. Nesse sentido, a “staurós-cruz” é vida aberta, expansiva, oblativa, vida descentrada em favor dos outros. Ela não é um evento, mas um modo de viver, pois perpassa toda a vida de Jesus. “Cruz-staurós” é vivida a partir de uma causa: o Reino.

Assim entendemos a afirmação de Jesus no evangelho deste domingo: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua ‘cruz-staurós’ cada dia e siga-me” (Lc 9,23). Significa esvaziamento do próprio “ego” para viver em sintonia com os outros, sobretudo com os mais sofredores.

Infelizmente, a história da espiritualidade confundiu “cruz-patíbulo” com “cruz-staurós” e acabou gerando uma espiritualidade do sofrimento, da mortificação, da penitência... como se isso fosse agradável a Deus.

Privilegiou-se a “cruz da dor” desligada da “cruz da vida”, do compromisso com o Reino. Tudo isso desembocou numa vivência cristã intimista, farisaica, descompromissada...

Sabemos que o(a) seguidor(a) de Jesus, quando vive a fidelidade à “cruz-staurós”, por causa do Reino, pode encontrar a perseguição, oposição e morte, como o próprio Jesus. Mas Jesus assumiu também a “cruz-patíbulo” e revelou sua máxima solidariedade com todos os crucificados da história. Por isso, esta “cruz” assumida é também visibilização da salvação.

Nesse sentido, a cruz de Jesus e dos seus seguidores não é um “peso morto”; ela tem sentido porque é consequência de uma opção radical em favor do Reino e da vida. Assim, a cruz não significou passividade e resignação; ela concentrou, radicalizou e condensou o significado de uma vida vivida por Jesus na fidelidade ao Pai, que quer que todos vivam intensamente.  

“Jesus morreu de vida”: de bondade e de esperança lúcida, de solidariedade alegre, de compaixão ousada, de liberdade arriscada, de proximidade curadora...

Tanta radicalidade nos surpreende. De fato, hoje, em nossa sociedade, escutamos expressões totalmente contrárias: “cuide-se”, “seja você mesmo”, “aproveite a vida”, “seja o primeiro” ...

São expressões de uma vida centrada no próprio “ego”, ou, “ego-latria”. Tal idolatria reside no próprio interior. O coração humano é uma fábrica de ídolos; há ídolos internos que emergem e que desumanizam, pois rompem todo vínculo e quebram toda relação.

Jesus, em seu convite ao seguimento, nos pediu a “renúncia” de um ídolo especialmente perigoso e sutil: nosso “ego”. Exigiu-nos esquecer dele, negá-lo, não lhe prestar culto, não nos colocar a seu serviço...

Nosso ídolo interior, nosso “ego”, exige culto, sacrifícios, seguidores que lhe sirvam. Por isso, nos agrada que nos louvem, que nos coloquem num pedestal, que nos incensem.

Mas, quando alguém entra no fluxo desta falsa “liturgia”, brotam, imediatamente o veneno do desprezo, da do ódio, da violência, do autoritarismo...

Quando Jesus propõe “renunciar a si mesmo”, na realidade está dizendo: “renuncie a si mesmo como ídolo!”. Ele desmascara essa tendência dia-bólica que nos habita. Quantas vezes nos surpreendemos sendo nós mesmos nossa principal preocupação! Frequentemente nos tornamos o centro, fazendo que tudo gire em torno ao nosso próprio “ego”. Habituamos a nos aproximar das pessoas que nos agradam, que nos bajulam, que compartilham nossos apegos desordenados, que nos dão a razão em tudo, que engordam nosso “ego”.

A partir de nossa ego-latria, vamos criando e alimentando muitos outros ídolos externos, que minam as nossas forças, matam nossa criatividade e esvaziam todo espírito solidário: a busca do poder, da riqueza, da fama, da conquista... Tudo isso nos faz entrar no círculo de morte e destruição de nós mesmos.

A destruição dos ídolos começa por nós mesmos, esvaziando o ídolo de nosso ego. “Renunciar a si mesmo” não é renunciar o que é mais belo que temos recebido: uma personalidade com características únicas, uma liberdade admirável com capacidade criativa, um espírito compassivo e solidário, uma capacidade de relação gratuita... O que Jesus pretende é tirar nosso “ego” de seu recinto individualista e nos situar no amplo espaço do Reino de Deus. Podemos expressar isso numa linguagem tomada da ciência ecológica: Jesus nos chama a abandonar nosso “ego-sistema” para transladar-nos ao “eco-sistema” de seu Reino.

A identificação com Jesus no seu seguimento requer assumir um processo de “morte” e levar a “cruz-staurós” até o fim. É preciso que morra em nós aquilo que não tem futuro, que não é vida, que não é felicidade... O “ego” é pura ilusão, é só uma ficção ou, como dizia Einstein, “uma ilusão ótica da consciência”. Quando ele determina nossa vida, caímos no vazio, pois ele não tem em que se sustentar.

A renúncia à “egolatria” não é uma desgraça ou destruição de si mesmo; pelo contrário, é a oportunidade privilegiada para deixar emergir do nosso “eu original” os recursos mais nobres, as potencialidades de vida que não tiveram chance de se expressar, as beatitudes mais profundas que dão sentido e sabor ao nosso viver. Não se trata de massacrar uma dimensão de nosso ser para salvar outra; trata-se de descobrir uma falha na percepção de nós mesmos; ou seja, com frequência cremos ser aquilo que não somos e vivemos enganados. Trata-se de nos libertar de tudo aquilo que nos ata ao caduco e nos impede elevar-nos à plenitude que nosso verdadeiro ser exige. Este é o caminho da vida que se faz doação, presença, compromisso... vida na fidelidade até o fim.










 

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Mt 6,19-23 – Olhos iluminados pela Palavra

LEITURA ORANTE


Preparamo-nos para a Leitura Orante, rezando:
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
O amor e a paz de Deus nosso Pai,
que em Cristo nos libertou para que permanecêssemos livres,
estejam com todos nós
e nos mantenham firmes no evangelho de Jesus.
Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Lemos atentamente o texto: Mt 6,19-23, e observo as recomendações de Jesus.

- Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde as traças e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam. Pelo contrário, ajuntem riquezas no céu, onde as traças e a ferrugem não podem destruí-las, e os ladrões não podem arrombar e roubá-las. Pois onde estiverem as suas riquezas, aí estará o coração de vocês.
- Os olhos são como uma luz para o corpo: quando os olhos de vocês são bons, todo o seu corpo fica cheio de luz. Porém, se os seus olhos forem maus, o seu corpo ficará cheio de escuridão. Assim, se a luz que está em você virar escuridão, como será terrível essa escuridão!

Refletindo
Jesus recomenda não ajuntar riquezas na terra, mas fazer tesouros no céu. Quer dizer, não ser egoísta, acumular enquanto outros sofrem na miséria. Uma pessoa que partilha seus bens, acumula tesouros de amor, de alegria, de bondade, vida, de relacionamento. Quando fala de olho como luz quer dizer: ter um olho simples, transparente, bondoso. Ou seja, olho que vê bem e vê o bem. Este bem ilumina toda a pessoa. A pessoa generosa é luminosa. O avarento, egoísta, mesquinho, vive às escuras.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para nós, hoje?
Somos chamados a abrir caminhos, rompendo as cercas levantadas pelo poder, para que o pão seja farto na mesa de todos.
Para nós a Lei tem sentido? Que sentido? Como defendemos a vida, o bem, o verdadeiro amor?

Em Aparecida, na V Conferência, os bispos disseram: "Os cristãos, como discípulos e missionários, são chamados a contemplar nos rostos sofredores de nossos irmãos, o rosto de Cristo que nos chama a servi-lo neles: "Os rostos sofredores dos pobres são rostos sofredores de Cristo". Eles desafiam o núcleo do trabalho da Igreja, da pastoral e de nossas atitudes cristãs. Tudo o que tenha relação com Cristo, tem relação com os pobres e tudo o que está relacionado com os pobres reivindica a Jesus Cristo: "Quando fizeram a um deste meus irmãos menores, fizeram a mim" (Mt 25,40). João Paulo II destacou que este texto bíblico "ilumina o mistério de Cristo". Porque em Cristo, o maior se fez menor, o forte se fez fraco, o rico se fez pobre. (DAp 393).

3.Oração (Vida)
O que o texto nos leva a dizer a Deus?
Trezena a São Paulo (como 13 são suas Cartas)

Preparando-nos para a Solenidade de São Pedro e São Paulo, 
façamos a Trezena  a São Paulo


4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?
Nosso novo olhar é o olhar  da Igreja, que diz: "A Igreja está convocada a ser "advogada da justiça e defensora dos pobres" diante das "intoleráveis desigualdades sociais e econômicas", que "clamam ao céu". (DAp 395).

Bênção
A bênção do Deus de Sara, Abraão e Agar,
a bênção do Filho, nascido de Maria,
a bênção do Espírito Santo de amor,
que cuida com carinho,
qual mãe cuida da gente,
esteja sobre todos nós. Amém!

Ir. Patricia Silva, fsp