sábado, 21 de novembro de 2020

Venham! ... Afastem-se!... (Evangelho do Domingo de Cristo Rei)


LEITURA ORANTE


 Fazemos a preparação para a Leitura Orante, rezando com todos que  navegam pelas redes sociais:


Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.
Espírito de verdade, a ti consagro a mente e meus pensamentos: iluminai-me.
Que  eu conheça Jesus Mestre
e compreenda o seu Evangelho. Dá-me a  sabedoria.

1. Leitura (Verdade)
- O que a Palavra diz?
Lemos com atenção o texto: Mt 25,31-46

Jesus terminou, dizendo:
- Quando o Filho do Homem vier como Rei, com todos os anjos, ele se sentará no seu trono real. Todos os povos da terra se reunirão diante dele, e ele separará as pessoas
umas das outras, assim como o pastor separa as ovelhas das cabras. Ele porá os bons à sua direita e os outros, à esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: "Venham, vocês que são abençoados pelo meu Pai! Venham e recebam o Reino que o meu Pai preparou para vocês desde a criação do mundo. Pois eu estava com fome, e vocês me deram comida; estava com sede, e me deram água. Era estrangeiro, e me receberam na sua casa. Estava sem roupa, e me vestiram; estava doente, e cuidaram de mim. Estava na cadeia, e foram me visitar."
- Então os bons perguntarão: "Senhor, quando foi que o vimos com fome e lhe demos comida ou com sede e lhe demos água? Quando foi que vimos o senhor como estrangeiro e o recebemos na nossa casa ou sem roupa e o vestimos? Quando foi que vimos o senhor doente ou na cadeia e fomos visitá-lo?"
- Aí o Rei responderá: "Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos, foi a mim que fizeram."
- Depois ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: "Afastem-se de mim, vocês que estão debaixo da maldição de Deus! Vão para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos! Pois eu estava com fome, e vocês não me deram comida; estava com sede, e não me deram água. Era estrangeiro, e não me receberam na sua casa; estava sem roupa, e não me vestiram. Estava doente e na cadeia, e vocês não cuidaram de mim."
- Então eles perguntarão: "Senhor, quando foi que vimos o senhor com fome, ou com sede, ou como estrangeiro, ou sem roupa, ou doente, ou na cadeia e não o ajudamos?"
- O Rei responderá: "Eu afirmo a vocês que isto é verdade: todas as vezes que vocês deixaram de ajudar uma destas pessoas mais humildes, foi a mim que deixaram de ajudar."

Esta passagem sobre o julgamento final só é descrita por Mateus. Não aparece nos outros evangelhos. Mateus quer insistir sobre um aspecto da vivência cristã.  Qual aspecto? No juízo final, se manifestará a verdadeira identidade da pessoa, a qual, aliás, o cristão já conhece  desde agora: só o amor aos irmãos é o que dá ao homem consistência e salvação; só no amor aos irmãos se encontra concretamente o Senhor. Tiago dirá “A fé sem obras é morta”. (Tg 2,17).

Comenta o Papa Francisco na Fratelli Tutti (84,85): "Eu era estrangeiro, e me receberam na sua casa. Jesus podia dizer estas palavras porque tinha o coração aberto, que assumia o drama dos outros. São Paulo exortava: "Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram" (Rm 12,15). Quando o coração assume esta atitude é capaz de se identificar com o outro sem se importar com o lugar em que nasceu nem de onde vem. Entrando nesta dinâmica, em última análise, experimenta que os outros são a "tua própria carne" (Is 58,7). Implica reconhecer o próprio Cristo em cada irmão abandonado ou excluído (Mt 25,40.45).

2. Meditação(Caminho)
 - O que a Palavra diz para nós?

- Antes de mais nada, é bom notar que o Senhor não partiu, mas ficou. Ele disse: "Estarei com vocês todos os dias" (Mt 28,20). É o Deus conosco. 

E quais são os lugares concretos e os objetivos onde ele se faz presente? 

Os bispos, em Aparecida, disseram: “ Para ficar parecido verdadeiramente com o Mestre é necessário assumir a centralidade do Mandamento do amor, que Ele quis chamar seu e novo: “Amem-se uns aos outros, como eu os amei” (Jo 15,12). Este amor, com a medida de Jesus, com total dom de si, além de ser o diferencial de cada cristão, não pode deixar de ser a característica de sua Igreja, comunidade discípula de Cristo, cujo testemunho de caridade fraterna será o primeiro e principal anúncio, “todos reconhecerão que sois meus discípulos” (Jo 13,35)." (DAp 138).
Na Evangelii gaudium, diz o Papa Francisco:
Somos chamados a ter os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus (Fl 2,5)... aquele Deus que se fez pobre por nós, para enriquecer-nos com sua pobreza. Chamados a descobrir Cristo nos pobres: não só a emprestar-lhes a nossa voz nas suas causas, mas também a ser seus amigos, a escutá-los, a compreendê-los e a acolher a misteriosa sabedoria que Deus nos quer comunicar através deles... apreciar o pobre na sua bondade própria, com o seu modo de ser, com a sua cultura, com a sua forma de viver a fé. O amor autêntico é sempre contemplativo, permitindo-nos servir o outro não por necessidade ou vaidade, mas porque ele é belo, independentemente da sua aparência. Sem a opção preferencial pelo pobre, o anúncio do Evangelho corre o risco de não ser compreendido ou de afogar-se naquele mar de palavras que a atual sociedade da comunicação diariamente nos apresenta" ( EG 198-199).

3. Oração (Vida)
- O que a Palavra nos leva a dizer a Deus?
Rezo a canção inspirada em 1Cor 13: Hino ao amor.                                                               
Se eu não tiver amor, eu nada sou, Senhor!
Se eu não tiver amor, eu nada sou, Senhor!
1. O amor é compassivo, o amor é serviçal,
o amor não tem inveja, o amor não busca o mal.
2. O amor nunca se irrita, não é nunca descortês,
o amor não é egoísta, o amor nunca é doblez.
3. O amor desculpa tudo, o amor é caridade,
não se alegra na injustiça, é feliz, só na verdade.
4. O amor suporta tudo, o amor em tudo crê,
o amor guarda a esperança, o amor sempre é fiel.
5. Nossa fé, nossa esperança, junto a Deus, terminará,
mas o amor será eterno, o amor não passará.

4. 4. Contemplação(Vida/ Missão)

        Deus nos Já não é o grande desconhecido, mas mostrou-se     a si mesmo", diz o Papa emérito Bento XVI.
-  Qual o nosso novo olhar a partir da Palavra? Vamos con     templar o mundo de hoje com Jesus e com o olhar de 
 J Jesus, na certeza de que o que faz a pobreza ou a            nonobreza do meu ser é a minha capacidade de amar. ReRecordo a expressão de são João da Cruz: "No entardecer dede nossas vidas, seremos julgados sobre o amor".
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patricia Silva, fsp